Empresário detido por falsificar testamento para ficar com fortuna de tio milionário

Denúncia levou a PJ a investigar e a travar plano para transferir toda a riqueza de um empresário para o sobrinho quando morresse. Notário terá ajudado a forjar documento com assinatura falsa.

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O empresário detém uma fortuna de vários milhões Reuters

Uma operação da Polícia Judiciária, levada a cabo na semana passada na Grande Lisboa, travou um plano simples que permitia, através da falsificação de um testamento, ficar com a fortuna de vários milhões pertencentes a um empresário da capital com mais de 70 anos e sem filhos.

No centro do esquema, estava um notário, também de Lisboa, que tratou de dar uma aparência legal a todo o processo, e o sobrinho do detentor da fortuna de vários milhões.

Nem a própria Polícia Judiciária, que os investigava desde o final do 2013 e os deteve na semana passada, consegue quantificar o valor da avultada fortuna que, além de dinheiro, inclui um vasto património imobiliário espalhado por toda a Lisboa.

“A investigação foi iniciada no final do ano passado e apurou que um dos detidos pretendia, através da falsificação de uma assinatura, tornar-se o herdeiro e beneficiário de um património vastíssimo, na ordem de vários milhões de euros”, diz a directoria a PJ de Lisboa e Vale do Tejo num comunicado enviado esta segunda-feira.

Fonte policial disse ao PÚBLICO que o sobrinho não era natural e legalmente o único herdeiro do empresário, uma vez que este teria mais familiares, nomeadamente outros sobrinhos.

Os envolvidos, dois empresários proprietários de firmas de investimento (um deles o sobrinho) e o notário, entre os 40 e os 47 anos, estão indiciados por falsificação de documentos.

Foram interrogados na semana passada por um juiz no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa e saíram em liberdade proibidos de contactarem entre si. O notário está também proibido de exercer a profissão por decisão judicial. Um dos suspeitos já tem cadastro por outros crimes anteriores relacionados com criminalidade violenta, segundo a PJ.

O esquema dos suspeitos começou a ser investigado depois de uma denúncia ter chegado à 4.ª secção da PJ de Lisboa e Vale do Tejo, especialmente dedicada a casos que envolvem a falsificação de documentos.

Segundo fonte da PJ, a chave do plano era a máxima discrição. Os suspeitos pretendiam esperar pacientemente pela morte do empresário, também ligado ao investimento financeiro, para então ficaram com a fortuna que passaria para o único sobrinho envolvido no plano. Isto apesar de o homem não estar actualmente afectado por qualquer condição de saúde grave.

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