Luso-brasileiro, 18 anos, atrevido e com mais sangue novo

O Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira atinge a maioridade entre 7 e 14 de Dezembro.

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Praia do Futuro>/i>, de Karim Ainouz, abre a 18.ª edição do Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira

O Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira atinge a maioridade este ano e coloca no programa a maior secção competitiva de longas-metragens da sua vida, com dez filmes a concurso – Jogo das Decapitações, de Sérgio Bianchi, Obra, de Gregório Graziosi, Permanência, de Leonardo Lacca, e Ventos de Agosto, de Gabriel Mascaro, fazem parte deste bolo.

Aos 18 anos, o festival está crescido e atrevido. Das dez longas em competição, apenas uma é portuguesa, ou melhor, uma co-produção luso-brasileira, o que revela o que se passa deste lado do Atlântico. “Inicialmente o festival esteve para lançar uma provocação – seleccionar apenas dez filmes brasileiros para a competição, de modo a evidenciar a actual fragilidade da produção portuguesa. Apenas recuámos nessa intenção porque nos pareceu irrecusável incluir um filme como Yvone Kane, de Margarida Cardoso”, revela Américo Santos, director do Cineclube de Santa Maria da Feira. Do lado de lá, o cenário é diferente: há produção e o Luso-Brasileiro vai mostrá-la. “A forte aposta no cinema brasileiro é também um reflexo da pujança e do momento de euforia desta cinematografia, que tem marcado presença constante no circuito internacional de festivais de cinema, como Berlim, Toronto, Locarno, Roterdão, etc.”, refere Américo Santos. 

O Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira começa a 7 de Dezembro, às 21h, no auditório da Biblioteca Municipal. Abre com Praia do Futuro, do brasileiro Karim Ainouz, o cineasta mais premiado deste festival e que na 18.ª edição está em destaque com uma retrospectiva integral da sua obra no formato longo – serão exibidos Madame Satã, O Céu de Suely Viajo Porque Preciso Volto Porque te Amo. O português Manuel Mozos está no centro das atenções no debate desenhado em três perspectivas – da crítica, do realizador e da sua “família” cinematográfica – que acontece a 14 de Dezembro às 15h30. A secção Sangue Novo, uma espécie de antevisão de cineastas do futuro, mantém-se e este ano exibe na tela o que Jorge Quintela e Diogo Costa Amarante andam a fazer, com quatro filmes do primeiro e três do segundo. Na competição de curtas-metragens estão 15 filmes (oito brasileiros e sete portugueses) e uma forte presença de novos realizadores, novos valores. Como novidades surgem duas secções: Tomo II, que acompanha a evolução de cineastas em que o festival apostou, como Gregório Graziosi, Carlos Conceição e Leonardo Mouramateus, e Transversalidades, construída com filmes que atravessam várias artes assinados por Helena Ignez, André Guerreiro Lopes e Sofia Marques. “Ao nível da programação continuamos a optar pela espontaneidade do cinema emergente, marca indelével de Santa Maria da Feira, cujos riscos se apresentam a cada ano como um das mais desafiantes propostas que fazem mover o cinema actual”, refere o director do cineclube. O festival dura uma semana. Começa a 7 e termina a 14, com a entrega de prémios seguida do filme O Lobo Atrás da Porta, do brasileiro Fernando Coimbra.

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