No Metro de Lisboa há informações sobre a cidade à distância de um toque

A partir desta terça-feira há 34 Tomis espalhados pelas estações do metro. Através dos ecrãs tácteis, os utilizadores podem pesquisar um restaurante para jantar ou até tirar uma selfie

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O novo dispositivo já está em grande parte das estações do metro Miguel Manso

Parece um tablet gigante, instalado nos átrios das estações mais movimentadas do Metro de Lisboa. De um lado tem publicidade e do outro tem tudo o que é preciso saber para conhecer a cidade: agenda cultural, notícias, onde comer ou fazer compras, que monumentos visitar, como se deslocar, ou até tirar uma selfie. É o Tomi, nasceu em Viseu e já chegou à capital.

Há agora 34 Tomis espalhados por 19 estações do metropolitano, como Baixa-Chiado, Marquês de Pombal ou S. Sebastião. É a “primeira rede urbana de informação interactiva” em Portugal, garante José Agostinho, director-executivo da TomiWorld, empresa de Viseu que desenvolveu a tecnologia, apresentada como pioneira. Além da capital, existem já alguns dispositivos instalados no Norte do país e no Algarve. “Nos próximos seis meses podemos ter Portugal cheio de Tomis”, acredita o empresário.

A rede inaugurada esta terça-feira resulta de uma parceria entre o Metro de Lisboa, que apenas cede o espaço, e as empresas Multimedia Outdoors Portugal (MOP) e TOMIWorld. Segundo José Agostinho, o projecto representa um investimento de 1,5 milhões de euros, que os privados esperam recuperar em quatro anos através das receitas publicitárias.

À distância de um toque, o utilizador encontra no Tomi informação, em inglês e português, dividida por quatro categorias e organizada segundo critérios de proximidade. Pode, por exemplo, pesquisar um restaurante para jantar na zona onde está situada a estação, efectuar uma reserva e perceber qual a melhor forma de se deslocar até lá. Ou ficar a saber as notícias locais e a agenda de espectáculos ou exposições culturais – até pode reservar bilhete.

O equipamento tem uma câmara integrada que permite tirar fotografias (as famosas selfies) e enviar para o email ou partilhar nas redes sociais, e ainda é possível enviar todos os conteúdos para o smartphone através de um código QR (espécie de código de barras para telemóveis). A privacidade está assegurada, garante José Agostinho: “A única coisa que pedimos para o utilizador partilhar é o e-mail, e temos uma função hide, que substitui as letras com asteriscos à medida que ele escreve.”

No ícone Transportes é possível pesquisar itinerários, incluindo o tempo de duração do percurso, os transportes públicos mais indicados e o custo da viagem. “No futuro queremos incluir informações de rede, como perturbações que existam quer no Metro quer na Carris”, adianta Luís Barroso, administrador da Carris e do Metro de Lisboa. Para este responsável, o Tomi “é uma oportunidade para oferecer mais um serviço aos utentes de forma gratuita”, depois de no ano passado a empresa ter disponibilizado o acesso, também gratuito, à Internet sem fios em algumas estações.

Para já, a rede de dispositivos Tomi inclui as estações do Colégio Militar, Jardim Zoológico, São Sebastião, Baixa-Chiado, Restauradores, Terreiro do Paço, Santa Apolónia, Campo Grande, Cidade Universitária, Entrecampos, Campo Pequeno, Saldanha, Marquês de  Pombal, Rato, Cais do Sodré, Rossio, Alameda, Aeroporto e Oriente. No futuro poderá abranger outros locais. “A ideia é estar em todos os sítios onde faça sentido, onde as pessoas circulem, como zonas com muito comércio”, explica Vasco Perestrello, administrador da MOP, que encontrou no Tomi a solução que procurava há três anos, no estrangeiro.

“Desde que o digital apareceu tenho andado à procura de um parceiro tecnológico que me ajudasse a reformular a presença do outdoor”, afirma. Foi nos EUA que encontrou o parceiro, mas não precisava de ter ido tão longe. Era português.

 

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