Português mata ex-mulher e o seu novo companheiro na Suíça

Ex-marido, natural das Caldas da Rainha, terá tentado ainda alvejar filhos da ex-mulher, mas foi impedido pela mais velha. De seguida, suicidou-se.

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Polícias investigam o local do crime em Wilderswill, a sudeste de Berna AFP/FABRICE COFFRINI
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A vila de Wilderswil, perto da turística Interlaken, no cantão de Berna, na Suíça, acordou esta segunda-feira com os cadáveres de três portugueses na rua, na sequência de um duplo homicídio seguido de suicídio motivados por conflitos familiares e ciúmes.

Os mortos são uma mulher portuguesa, o seu actual marido e o ex-companheiro, que os terá seguido desde as Caldas da Rainha até à Suíça, para os matar, tendo-se suicidado de seguida.

Vítimas e agressor tinham entre 40 e 50 anos de idade.  De acordo com testemunhas locais, citadas pelo jornal Berne Oberländer, o alegado homicida vinha aterrorizando e ameaçando a sua ex-mulher, de quem estaria separado há vários anos. Esta manhã, por volta das 6h locais (mais uma hora em Portugal continental), tocou-lhe à campainha e disparou quando esta assomou à porta. Quando, alertado pelo disparo, o actual marido da mulher saiu, foi igualmente alvejado. <_o3a_p>

Natural das Caldas da Rainha, o ex-casal tinha um filho em comum. Com sete anos, era o mais novo dos três filhos da mulher, Lídia. A portuguesa era ainda mãe de Diana, com 20 anos, e Ana, com 16. Estas seriam filhas de uma relação anterior. Lídia e Jerónimo, o seu actual companheiro, viviam há cerca de um ano naquela vila suíça, onde se fala alemão. “Antes o casal vivia nas Caldas da Rainha e mudou-se para cá precisamente para fugir ao ex-marido de Lídia que já os perseguia em Portugal”, relatou ao PÚBLICO Susana Cruto, uma portuguesa que vive em Wilderswil e segundo a qual as visitas do pai ao filho mais novo de Lídia eram "reguladas pelo tribunal". 

Há dois meses, Lídia e Jerónimo resolveram casar. Ele trabalhava num hotel das imediações e ela numa lavandaria, juntamente com a filha mais velha. "Ela estava finalmente feliz de novo. Casou-se novamente e tinha um novo trabalho", declarou o seu chefe na lavandaria a um jornal local, citado pela AFP.

Terá sido a filha mais velha que impediu o ex-marido da mãe de entrar na casa e alvejar os irmãos. Uma informação confirmada ao PÚBLICO pelo secretário de Estado das Comunidades, José Cesário. "As autoridades suíças disseram que, antes de se suicidar, o homicida tentou entrar em casa e disparar sobre os filhos, não tendo conseguido porque estes fecharam imediatamente a porta”.


O agressor matou-se de seguida. O seu corpo foi encontrado dentro do seu automóvel e os restantes dois foram encontrados na rua, em frente a casa, não muito longe do local onde a viatura do homicida estava estacionada.  A polícia, que foi alertada para a presença dos corpos por volta das 7h locais, montou imediatamente três tendas no local do crime e reduziu a visibilidade com um autocarro para impedir que os alunos de uma escola vizinha vissem os corpos. <_o3a_p>

Quanto aos filhos de Lídia, José Cesário assegura que os serviços sociais suíços foram imediatamente alertados pela polícia local. "A inspectora da polícia acabou de nos informar que as crianças e jovens foram entregues a uma tia", adiantou o governante, por volta das 17h30, assegurando que, até àquela hora e ao contrário do que é habitual, nenhum familiar das vítimas contactou a embaixada ou os serviços de emergência consular. 

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