Menos casamentos e menos divórcios em 2013

Estatísticas demográficas do INE mostram país "encolhido" em quase 60 mil pessoas, em 2013. Porquê? Houve menos bebés e mais emigrantes a sair e menos imigrantes a entrar.

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Em 2013 houve menos divórcios, mas também menos casamentos Foto: Hugo Delgado

Os portugueses estão a divorciar-se mais tarde. Em 2013, a idade média do divórcio ultrapassou os 43 anos (43,3) para ambos os sexos. No ano anterior, os divórcios tinham-se dado em média aos 42,9 anos.

Há diferenças de género a assinalar, na idade média ao divórcio. Entre 2008 e 2013, os homens divorciaram-se com 44,5 anos, enquanto nas mulheres a idade baixou para os 42,2 anos, segundo as estatísticas demográficas do Instituto Nacional de Estatística (INE). Estas diferenças etárias replicam, no fundo, as que se verificam quanto à idade média ao casamento. Em 2013, houve novo adiar da hora de casar, sendo que eles casaram mais velhos (35,2 anos em média) do que elas (32,7 anos).

Seja por acreditarem na expressão “juntos para sempre” ou por causa da crise, os divórcios voltaram a baixar no ano passado. Houve 22.525 divórcios, menos 2855 do que os registados em 2012. A terceira explicação – e também a mais plausível – para esta descida poderá residir ainda no facto de os portugueses estarem a casar menos. Em 2013, realizaram-se 31.998 casamentos, ou seja, menos 2425 do no ano anterior.

Quanto à natalidade, levanta-se o problema de sempre. Menos nascimentos: 82.787, um novo mínimo histórico que traduz um número médio de filhos por mulher em idade fértil de 1,21 (era 1,28 em 2012). No reverso, as mortes baixaram para as 106.543. Feitas as contas, tivemos mais 24.825 mortes do que nascimento, o que, em termos de saldo natural, também é um valor negativo histórico.

Apesar dos consecutivos aumentos na esperança de vida dos portugueses (e note-se que elas continuam a viver mais do que eles – 82,79 anos e 76,91, respectivamente), a população portuguesa encolheu em 2013 em cerca de 60 mil indivíduos, o que traduz uma taxa de crescimento efectivo de valor negativo (-0,57%) que acentua a quebra populacional que já se tinha verificado em 2012 (menos 55.109 indivíduos). Para a perda populacional, concorre também o saldo migratório negativo. Em 2013, Portugal registou 53.786 saídas de portugueses que foram trabalhar para o estrangeiro por mais de um ano, enquanto os imigrantes entrados nesse mesmo ano não passaram dos 17.554. Dá um saldo migratório negativo de 36.232 pessoas.

Refira-se ainda que à emigração permanente, se soma a temporária, ou seja, a dos portugueses que declaram sair do país para trabalhar por menos de um ano, num trajecto que em 2013 tocou 74.322 pessoas.

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