Demissão de presidente das mulheres do PS levada a Congresso

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Rui Gaudêncio

A exigência da demissão de Isabel Coutinho do lugar de presidente do Departamento Nacional de Mulheres do PS deverá ser levada ao Congresso do partido que se realiza a 29 e 30 de Novembro.

A deputada do PS Elza Pais confirmou ao PÚBLICO que esta questão será colocada em Congresso, uma vez que não foi possível convocar eleições para o Departamento das Mulheres Socialistas a tempo de se realizarem em simultâneo com as eleições para secretário-geral, a 21 e 22 de Novembro.

A decisão de levar esta questão a Congresso surge depois de Maria de Belém Roseira ter recusado antecipar as eleições para este órgão, em resposta ao requerimento que lhe foi enviado por cerca de duas centenas de mulheres socialistas.

O 'não' da presidente do partido e secretária-geral interina foi justificado com o argumento de que não era possível respeitar os prazos que os estatutos estabelecem para esta eleição e fazê-la coincidir com a eleição de secretário-geral prevista para 21 e 22 de Novembro. Em resposta dirigida a Elza País - primeira signatária do requerimento -, Maria de Belém Roseira afirma: “Comunico que não pode o mesmo ser deferido por não ter sustentação estatutária.”

E acrescenta que uma convocação de eleições para a chefia das mulheres socialistas não é possível por “já estar ultrapassada a data limite para pagamento das quotas pelos militantes para que adquiram capacidade eleitoral”.

Maria de Belém sustenta ainda com o facto de “não exisir termo de mandato nem vacatura do lugar para o qual se pretende a realização de eleições”. Isto porque Isabel Coutinho recusa demitir-se e o seu mandato só termina em Abril de 2015.

Um conjunto de mulheres do PS, onde se destacam nomes como Elza Pais, Edite Estrela, Ana Paula Vitorino, Gabriela Canavilhas, Maria Antónia Almeida Santos, Graça Fonseca, Isilda Gomes e Maria do Céu Albuquerque, requereram a Maria de Belém Roseira a convocação de eleições, argumentando que não foi possível colocar esta questão na reunião do Secretariado do PS que se realizou após as primárias ganhas por António Costa.

A exigência de convocação de eleições surge depois de algumas das mulheres que assinaram este requerimento terem anteriormente apelado em abaixo-assinado a Isabel Coutinho para que esta se demitisse do cargo. O pedido baseou-se no facto da ainda líder das Mulheres Socialistas ter apoiado António José Seguro nas primárias e deste modo posto em causa o dever de distanciamento e imparcialidade que é devido à presidente daquele órgão.

Elza Pais declarou ao PÚBLICO que Isabel Coutinho “devia ter colocado a questão em tempo certo, na reunião da comissão política das mulheres socialistas, mas optou por adiar a reunião, adiando assim a discussão atempada do assunto”. E conclui: “Mesmo sem oportunidade de integrar uma eleição na outra, vamos levar o problema ao congresso.”

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