Orçamento de Leiria para 2015 prevê abater 30 mil euros de dívida por dia

Maioria socialista aprovou orçamento municipal para o próximo ano. PSD votou contra por considerar que as famílias e as empresas vão sair prejudicadas.

O vice-presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, disse nesta terça-feira que o município prevê reduzir no próximo ano a dívida em 11 milhões de euros, o que corresponde a mais de 30 mil euros por dia.

"No próximo ano contamos reduzir a dívida em 11 milhões de euros, o que corresponderá a uma amortização de mais de 30 mil euros por dia, 1255 euros por hora e 21 euros por minuto", afirmou Gonçalo Lopes, na reunião do executivo municipal, na qual a maioria socialista aprovou a proposta de Orçamento para o próximo ano, no valor de 67 milhões de euros.

Na declaração de voto, Gonçalo Lopes referiu que no Orçamento para 2015 a autarquia volta "a privilegiar o rigor, a defender as famílias da crise e de um Governo sem criatividade para abandonar a vertigem dos cortes e do aumento de impostos".

"Em 2015 vamos continuar este esforço com vontade redobrada, até porque se continuarmos a amortizar a dívida que nos deixaram como legado, a esta velocidade é possível que esteja paga em dez anos", declarou, considerando que a câmara nesta proposta foi confrontada com "duas verdades distintas".

Segundo o vice-presidente da autarquia, Leiria "vai receber menos dinheiro do Estado para investir", além de ter de "pagar mais devido à invenção do Fundo de Apoio Municipal por parte do Estado", para o qual o município tem de despender 3,3 milhões de euros em sete anos.

"Contudo, ao contrário do Governo que não pára de aumentar a carga fiscal, em Leiria não mexemos em qualquer imposto municipal [para 2015]", realçou.

Segundo Gonçalo Lopes, em 2015 "a educação volta a ser uma bandeira da autarquia", prevendo-se a abertura de três centros escolares no próximo ano, mas também mais três centros de saúde requalificados, entre outras obras, como é o caso da Variante dos Capuchos, além do aumento das transferências para as freguesias em 400 mil euros.

O vereador do PSD, Álvaro Madureira, acusou a maioria socialista de ser "mãos largas" na recepção dos impostos dos munícipes, com os quais faz "um brilharete a pagar as dívidas", considerando que esta estratégia de pagar dívida bancária significa que a "câmara é mais amiga dos bancos do que das famílias".

Na declaração de voto, Álvaro Madureira justificou a posição contrária dos sociais-democratas por a proposta não contemplar a redução das taxas do Imposto Municipal sobre Imóveis, "onerando as famílias", nem a redução da derrama, "onerando as empresas", pelo que não converge para a geração de emprego, coesão e competitividade do concelho.

Para a oposição, o documento tem "dotações financeiras deficitárias para algumas rubricas", como parques logísticos e infantis, e indústria. "Este orçamento está subvalorizado do lado da receita, é penalizador para as empresas com sede no concelho e revela falta de ambição estratégica para o concelho", acrescenta a declaração de voto.

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