Prejuízos do BPI atingem os 114 milhões de euros

Banco liderado por Fernando Ulrich foi penalizado pelos resultados do negócio em Portugal. Lucros da actividade internacional cresceram 32,9%

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Banco liderado por Fernando Ulrich com resultados líquidos negativos até Setembro Foto: Nuno Ferreira Santos

O BPI reportou prejuízos de 114,3 milhões de euros entre Janeiro e Setembro, depois de, no mesmo período do ano passado, ter alcançado lucros de 72,7 milhões de euros.

O banco liderado por Fernando Ulrich foi “penalizado por resultados não recorrentes na actividade doméstica com um impacto negativo de 186,9 milhões de euros", lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Excluindo estes resultados não recorrentes, “o lucro líquido consolidado ascenderia a 72,5 milhões de euros”.

O negócio em Portugal contribuiu de forma negativa para os resultados em 197,5 milhões de euros e “incorpora 186,9 milhões relativos ao impacto após impostos” de custos e perdas como as menos-valias de 137,5 milhões de euros que resultaram da venda de dívida pública de médio e longo prazo de Portugal e Itália.

Além disso, incluem os custos de 26,7 milhões com “juros das obrigações subordinadas de conversão contingente (CoCo), incorridos nos primeiros seis meses do ano, já que os CoCo foram integralmente reembolsados em Junho”. Ou ainda custos de 26,1 milhões “relativos a reformas antecipadas realizadas ou acordadas (e que se prevê sejam concretizadas até final do ano)”.

Pelo contrário, a actividade internacional deu um contributo positivo para os resultados consolidados, com um lucro de 83,2 milhões de euros, uma subida de 32,9% face ao mesmo período de 2013.

Os rendimentos e encargos operacionais sofreram um agravamento de 2,7 milhões de euros para 18,6 milhões de euros negativos. Assim, o produto bancário fixou-se nos 600 milhões de euros, longe dos 819,9 milhões de euros apurados em igual período do ano passado.

Os custos de estrutura cresceram 27,2 milhões de euros para 508 milhões de euros (devido aos custos extraordinários acima mencionados). O resultado operacional caiu de 339,2 milhões de euros em Setembro de 2013 para 92 milhões de euros em Setembro último. Por seu turno, o resultado antes de impostos foi negativo (52,4 milhões de euros), quando em Setembro do ano passado ascendia a 151,4 milhões de euros.

No que toca ao capital, o rácio common equity tier 1 (rácio de capital que está a ser usado para medir a solvabilidade dos bancos) situou-se nos 12,5% (face às regras aplicáveis em 2014) e nos 9,8% (em virtude da aplicação integral das regras para o sector).

O rácio de transformação de depósitos em crédito foi de 88%. Ao nível do risco, o rácio de crédito em risco foi de 5,4% e a cobertura do crédito em risco por imparidades de 81%. As imparidades para crédito recuaram de 182 milhões de euros para 141 milhões de euros entre Setembro de 2013 e Setembro de 2014. E o custo do risco de crédito caiu de 0,84% para 0,68% (em termos homólogos anualizados).O BPI informou ainda que as responsabilidades com pensões tinham no final de Setembro uma cobertura de 104%.

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