Total nomeia gestor da casa para suceder ao presidente que morreu em Moscovo

Patrick Pouyanné, de 51 anos, irá suceder na presidência a Cristophe de Margerie, que morreu na segunda-feira num acidente no aeroporto de Moscovo.

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A Total tem 100 mil trabalhadores

O grupo petrolífero francês Total não perdeu tempo a nomear o substituto do presidente executivo Christophe de Margerie, que morreu na segunda-feira na sequência da colisão do avião em que seguia com um limpa-neves, num aeroporto de Moscovo.

Na manhã desta quarta-feira, numa reunião extraordinária, o conselho de administração da empresa decidiu escolher para director-geral Patrick Pouyanné, de 51 anos, que era, até agora, o responsável pela área química e de refinação da Total. Thierry Desmarest, antigo líder da empresa e que era, actualmente, presidente honorário, regressa à posição de presidente não executivo, com a missão de apoiar Pouyanné na transição para presidente director-geral (PDG), o equivalente a presidente executivo (CEO).

A rapidez com que a substituição foi feita não constitui surpresa numa empresa onde um vazio de poder pode ter custos elevados, nomeadamente para os seus accionistas. A Total é um dos maiores grupos petrolíferos do mundo, com um volume de negócios que atingiu, no ano passado, 190 mil milhões de euros e emprega 100 mil trabalhadores em 130 países, nas áreas da extracção, refinação, transformação e comercialização.

A tarefa de Pouyanné não será fácil, num contexto de mercado onde sobram incertezas e problemas. O preço da matéria-prima tem caído de forma substancial nos últimos meses, marcado pelas previsões que apontam para uma redução da procura mundial no próximo ano. E a aposta no aproveitamento de energias alternativas constitui um desafio para as companhias mais dependentes do petróleo.

O novo responsável toma conta do cargo ao mesmo tempo que, em Moscovo, avança a investigação para apurar as causas do acidente – que tem a participação de peritos gauleses. Christophe de Margerie morreu quando o avião privado em que viajava se preparava para levantar voo no aeroporto de Vnoukovo. Na pista de descolagem, a aeronave embateu com um limpa-neves, provocando igualmente a morte de três tripulantes do Falcon.

Conhecido por um inconfundível bigode, Christophe de Margerie tinha participado numa conferência em Moscovo e numa reunião com o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev. A Total tinha fortes interesses comerciais na Rússia e o seu presidente tinha acesso às mais altas esferas do poder em Moscovo.

A equipa de investigação está, agora, a trabalhar sobre as caixas negras do avião para perceber como é que o acidente aconteceu, sendo certo que o condutor do limpa-neves afirma que, devido às condições meteorológicas no momento, perdeu a visão das marcações no chão do aeroporto e acabou por entrar na pista sem se aperceber da proximidade do avião. Na terça-feira, chegou a correr a informação de que estaria embriagado quando o acidente se deu, algo que o seu advogado desmente.

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