Stefano Tedioli espalhou os seus brinquedos no chão do Porto

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A companheira de Stefano costuma dizer que tem duas crianças em casa. Uma delas tem três anos. A outra pesa cerca de 100 quilos. Stefano Tedioli colecciona, fotografa e vive com brinquedos — e isso ajuda a explicar muita coisa. "Percebi que no mundo dos brinquedos podia existir mais do que a fotografia para crianças, que há brinquedos muito violentos, mesmo eróticos e quase pornográficos", disse ao P3 o artista que até sábado, dia 18 de Outubro faz parte do programa do Festival de Marionetas do Porto (FIMP). "Escolhi-os como linguagem porque posso fazer tudo o que quero", justifica o artista que espalhou numa sala do Centro Português de Fotografia centenas de brinquedos da sua crescente colecção. "Sou um coleccionador. E por vezes sou mais um coleccionador do que um fotógrafo. Às vezes, os brinquedos tornam-se mais importantes do que as fotos, roubam o palco. E há pessoas que não sabem que se trata de uma exposição de fotografia. Tenho que admitir que o mais importante no meu trabalho são os brinquedos em si", assume. O italiano separa os brinquedos por categorias e coloca-os em caixas porque "a gestão do espaço é difícil" ("comprei um contentor que tenho no jardim"). Tedioli também colecciona "maus brinquedos" e "não apenas os bonitos". "Para mim são documentos de uma era bárbara que vivemos", sugere o fotógrafo que rapidamente identifica o pior brinquedo. "São os lutadores de wrestling, porque é uma ficção violenta sem regras onde quem vence é recompensado". No sábado, a exposição transforma-se num workshop com duas únicas regras: 1 — tentem não estragar; 2 — voltem a colocar o brinquedo no respectivo caixote.