Fernando Negrão: “Não tive relação absolutamente nenhuma com o GES”

Deputado do PSD garante que nunca lidou com “direito bancário ou civil” enquanto colaborou com escritório de advogados que representava o BES.

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Fernando Negrão (PSD) disse ainda não ter sido formalmente informado dos nomes indicados pelos partidos. Daniel Rocha

Fernando Negrão garante que a sua situação, enquanto presidente da comissão de inquérito à falência do Grupo Espírito Santo (GES), “fica na mesma, como estava”, depois de ser conhecida a sua ligação a um escritório de advogados que representou o banco do grupo liderado por Ricardo Salgado.

Segundo noticiou esta terça-feira o jornal i, Negrão foi associado e consultor da Albuquerque e Associados, entre 2009 e 2011, quando esse escritório tinha como cliente o BES. Fernando Negrão frisa, no entanto, que “não era sócio” daquela empresa. E que está “de consciência tranquila”: “Não tive relação absolutamente nenhuma com o Grupo Espírito Santo”, garante, ao PÚBLICO. A sua ligação com aquela sociedade de advogados, continua, “nunca passou pelo direito bancário ou civil, só direito penal”.

Questionado pelo PÚBLICO sobre a necessidade de estreitar a malha das incompatibilidades no caso dos parlamentares advogados, Negrão mostra-se céptico: “O meu receio no que diz respeito às proibições é que estas acentuem o risco de passarmos a ter formas mais sofisticadas, porque escondidas, de acumulação.” Para o deputado do PSD, o actual estatuto dos deputados “torna tudo perfeitamente claro”, ao obrigar os representantes a declarar as suas ligações profissionais.

Na comissão de inquérito à aquisição de equipamento militar, que terminou na semana passada, a deputada social-democrata Francisca Almeida, que era vice-presidente, demitiu-se quando foi revelada a sua ligação profissional a um escritório de advogados que representava a Comissão Permanente de Contrapartidas.

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