As selecções africanas perdem para as europeias os talentos nascidos na Europa

São vários os jogadores que recusam representar equipas africanas, embora o pudessem fazer graças à sua ascendência.

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Bellarabi em acção frente ao Benfica, na Liga dos Campeões Patrik Stollarz/AFP

Faltam pouco mais de três meses para o arranque da 30.ª edição do Campeonato Africano das Nações (CAN) e os esforços intensificam-se por parte de várias selecções para atrair talentos nascidos na Europa mas que, pela sua ascendência familiar, seriam elegíveis para alinhar por equipas africanas. Só que esta atracção não é correspondida: as mais recentes tentativas redundaram em desilusão, com os futebolistas a darem preferência ao país de acolhimento relativamente ao país de origem familiar. O que também é reflexo de uma postura mais proactiva das selecções europeias na salvaguarda das suas promessas.

Karim Bellarabi representa uma nova geração de futebolistas espalhados pelos melhores campeonatos e que têm mais do que uma opção a nível de selecção: o atacante do Bayer Leverkusen foi convocado pela campeã mundial Alemanha para os jogos de qualificação para o Euro 2016 frente à Polónia e Irlanda, comprometendo em definitivo as esperanças que Marrocos alimentava.

Autor do golo mais rápido da história da Bundesliga, em Agosto, Bellarabi prepara-se para fazer a estreia pela Mannschaft. Filho de pai ganês e mãe marroquina, Bellarabi nasceu em Berlim e tem dupla nacionalidade: em Setembro tinha-se encontrado com o seleccionador de Marrocos, mas a sua preferência foi para a equipa de Joachim Löw.

Muitos países africanos têm tentado explorar este filão: um bom exemplo é a Argélia, que foi ao Mundial 2014 com mais futebolistas nascidos em França do que dentro das suas fronteiras. Mas ouviu uma resposta negativa do mais recente alvo: Nabil Fekir, nascido há 21 anos, em Lyon, deu prioridade à equipa sub-21 dos bleus – que vai disputar com a Suécia um lugar no Europeu do escalão. “É uma escolha importante e espero não me arrepender”, confessou ao diário desportivo francês L’Équipe.

A Costa do Marfim também não teve sucesso com Thomas Touré, que nasceu no sul de França e representa o Bordéus. O avançado de 20 anos foi convidado para a equipa marfinense poucos dias depois de se estrear a marcar na Liga francesa, mas recusou ser o sucessor de Drogba, explicando que precisa de tempo antes de assumir um compromisso.

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