Pierre Boulez vai fazer 90 anos – e Paris vai fazer-lhe uma festa

Uma exposição na Cité de La Musique porá em relação a obra do compositor e maestro com as outras artes.

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Nome fundamental da vanguarda musical do século XX, o maestro e compositor Pierre Boulez faz 90 anos em Março MEHDI FEDOUACH/AFP

A 26 de Março de 1915, passarão 90 anos sobre o nascimento de Pierre Boulez (Montbrison, 1925), o maestro e compositor francês que é um nome incontornável na vanguarda musical mundial da segunda metade do século XX. A data vai ser assinalada em Paris, na Cité de la Musique, com uma exposição documental biográfica para ver de 17 de Março a 28 de Junho.

Comissariada por Sarah Barbedette, e simplesmente intitulada Pierre Boulez, a exposição vai pôr em realce a relação da obra do compositor com as outras artes. A partir de uma selecção de peças suas – Deuxième sonate, Le marteau sans maître, Pli selon pli, Rituel, Répons, Sur incises , a mostra fará pontes entre a actividade do Boulez-compositor e do Boulez-maestro com os universos da literatura (Stéphane Mallarmé e René Char, E.E. Cummings e James Joyce), da pintura (Vieira da Silva e Paul Klee), do teatro (Jean-Louis Barrault e Patrice Chéreau) e da arquitectura (Christian de Portzamparc). Este arquitecto francês é o autor do edifício da Cité de la Musique, onde Pierre Boulez fundou, nos anos 1970, o Ensemble Intercontemporain, uma referência da música de vanguarda – na mesma altura, criou também, para o Centro Pompidou, o IRCAM (Instituto de Pesquisa e Coordenação de Música e Acústica), também especialmente dedicado à criação musical erudita contemporânea.

“Hoje em dia maestro honorário de numerosas orquestras, Pierre Boulez não deixou de compor, de pensar a música e de trabalhar para a sua inscrição na cidade e na vida quotidiana”, nota a Cité de la Musique no anúncio da exposição de aniversário.

Visitante frequente de Portugal, entre Lisboa (Gulbenkian) e o Porto, Pierre Boulez foi o artista associado do Ano França (2012) na Casa da Música. Mas razões de saúde impediram a sua deslocação, nesse ano, ao Porto, para dirigir a execução das suas obras. Uma década antes, à frente do seu Ensemble Intercontemporain e da Orquestra de Paris, Boulez dirigiu um dos primeiros grandes concertos da Porto 2001  Capital Europeia da Cultura.

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