João Proença avisa que “a bola está do lado de Costa” para garantir unidade do PS

Álvaro Beleza não quer "dividir o PS". João Proença diz que cabe a António Costa trabalhar agora para garantir a união interna.

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João Proença disse ter saído “mais aliviado” da audiência com o Presidente da República Carlos Lopes/arquivo

O ainda membro da direcção do PS e ex-secretário-geral da UGT, João Proença, reagiu esta terça-feira à notícia sobre pressões para o avanço de uma candidatura contra o vencedor das primárias, lembrando que cabe a António Costa trabalhar para a união dos socialistas. “Neste momento, o que interessa é repor a unidade no PS. Compete a António Costa construir essa unidade sem falsos unanimismos”, disse ao PÚBLICO.

Sobre as movimentações à volta de uma candidatura às primárias e Congresso socialista, encabeçada pelo também membro da direcção demissionária, Álvaro Beleza, o antigo dirigente sindicalista deu a entender que um passo desses dependeria do que António Costa estaria disponível para fazer nos próximos tempos. “Admito que isso possa acontecer, mas a bola está do lado de António Costa”, afirmou. Ou seja, preparar uma futura liderança capaz de “respeitar a diversidade” política que existe no PS.

Álvaro Beleza reagiu também esta terça-feira para frisar a sua preocupação na unidade do partido. "Que fique muito claro de uma vez por todas, o meu candidato a primeiro-ministro é o António Costa. Não contém comigo para dividir o PS. A liderança do partido ficou resolvida domingo e, como já disse, tudo farei para unir", disse à agência Lusa. E acrescentou que o interesse principal dos socialistas era "focar energias na construção de uma alternativa ao Governo e ganhar as próximas eleições com maioria".

O PÚBLICO noticiou algumas pressões feitas, junto do médico Álvaro Beleza, por dirigentes, deputados e membros da actual direcção para que este encabeçasse uma candidatura às directas do PS. O actual secretário-geral, António José Seguro, demitiu-se depois da derrota nas primárias realizadas no domingo. António Costa venceu as primárias do PS – destinadas a escolher o candidato do partido a primeiro-ministro - com 67,88% dos votos dos socialistas, contra 31,65% de António José Seguro.

A ideia dos "seguristas" é ter alguém a fazer a defesa destes três anos de liderança. Seria a única forma de marcar terreno no congresso num debate ideológico e programático através da apresentação de uma moção estratégica. “Houve coisas interessantes que foram realizadas e que terão de ter continuidade”, justificou um socialista próximo de Seguro antes de acrescentar que, a acontecer, essa candidatura serviria, principalmente, para “aumentar e enriquecer o debate político”.

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