Obras de arte da colecção de Imelda Marcos apreendidas pelas autoridades filipinas

Pinturas de Picasso, Gauguin, Miró e Miguel Ângelo terão sido compradas com dinheiro do Estado.

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Imelda Marcos em sua casa, onde se podem ver algumas pinturas AFP

As autoridades filipinas apreenderam nesta terça-feira oito pinturas da colecção de Imelda Marcos, viúva do ditador Ferdinand Marcos. Em causa estão valiosas obras de Pablo Picasso, Paul Gauguin, Joan Miró e Miguel Ângelo que terão sido compradas indevidamente com dinheiro do Estado.

O tribunal filipino decretou que estas oito pinturas fossem apreendidas temporariamente até que se apure a verdade dos factos. As obras, que terão sido adquiridas de forma ilegal com fundos públicos, fazem parte da colecção dos herdeiros do ditador Ferdinand Marcos, que esteve no poder nas Filipinas durante mais de 20 anos. As obras estavam na posse de Imelda Marcos, actualmente com 85 anos, conhecida por enquanto primeira-dama das Filipinas ter levado uma vida extravagante.

De acordo com a agência Efe, esta ordem faz parte de um vasto e complicado processo judicial no qual o Governo filipino acusa a família de Ferdinand Marcos de ter utilizado o dinheiro do Estado para seu próprio interesse.

Apesar de nunca ter sido confirmado, calcula-se que o casal Marcos tenha desviado dos cofres do Estado filipino cerca de dez mil milhões de dólares (cerca de 11 mil milhões de euros), soma que nunca foi recuperada.

O valor destas oito obras apreendidas não foi revelado mas a AFP escreve que além das pinturas de Picasso, Miguel Ângelo, Miró e Gauguin estão ainda uma obra Francisco de Goya, outra de Pierre Bonnard, outra Bernard Buffet e ainda uma pintura de Camille Pissarro.

Estas oito pinturas são apenas uma pequena amostra da colecção de arte que a família Marcos tem em sua posse. No total, a colecção é composta por cerca de 150 obras de arte de grandes artistas como Van Gogh, Rembrandt ou Monet, além dos já enunciados. Segundo a BBC, muitas destas pinturas poderão também seguir o caminho das oito já apreendidas.

À AFP, o advogado da antiga primeira-dama fez saber que esta vai recorrer da decisão, que considerou “altamente questionável”. 

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