Lumicroma: devolver a magia à fotografia analógica

A edição 2014 do Prémio Nacional das Indústrias Criativas tem dez finalistas — e nós quisemos saber mais sobre eles. Sandra Teixeira criou a Lumicroma para "trazer de novo à fotografia a aura de magia" perdida

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O projecto é um dos 10 finalistas da edição 2014 do PNIC. Como o descreveriam a quem nunca ouviu falar de vocês?

A Lumicroma é um projecto que nasce da paixão pela fotografia enquanto forma de expressão artística. Pretende trazer de novo à fotografia a aura de magia que foi sua característica desde o seu aparecimento há mais de 100 anos. Recriando e reinventando os antigos processos fotográficos mas agora adaptados à nova "química verde", trazemos de novo à vida os antigos processos de reprodução analógica da imagem. Esse objectivo é conseguido recorrendo a uma parceria com instituições de ensino superior onde os novos processos são investigados e desenvolvidos. Neste momento temos uma parceria já estabelecida com o Instituto Politécnico do Porto através da Oficina de Transferência de Tecnologia e Conhecimento, que envolve a Escola Superior de Educação e o Instituto Superior de Engenharia. Com uma vasta gama de produtos destinados não só aos fotógrafos profissionais e artistas, a Lumicroma vai disponibilizar soluções para o fotógrafo amador e também para os mais jovens, com conjuntos preparados especificamente para estes últimos, e ainda conjuntos para serem usados em ambientes educativos, onde irão servir como fortes motivadores para os processos de aprendizagem e como forma de promover o interesse pela ciência.

Em que é que a vossa empresa difere de outros projectos semelhantes?

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Há alguns projectos que fornecem soluções na área de produtos para revelação fotográfica, mas de forma muito limitada e com fortes restrições no que diz respeito à circulação dos produtos, dada a sua toxicidade e ou regulamentação ambiental. Nenhum projecto existe hoje em dia, na mesma área e com as mesmas preocupações ambientais, que forneça produtos de química verde ambiental e socialmente responsáveis.

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Lumicroma

O prémio para o vencedor desta edição são 25 mil euros. Caso vençam, como contam investir o dinheiro?

Será directamente investido no próprio projecto. Irá ser aplicado no desenvolvimento final do produto, identidade corporativa e divulgação, além de investimento inicial em equipamentos.

O que faz falta às indústrias criativas portuguesas?

Em primeiro lugar há uma falta de espírito empreendedor vocacionado para as especificidades das indústrias criativas. Muitos dos modelos seguidos são excelentes mas falham na sua aplicação às realidades particulares das indústrias criativas. Do lado dos organismos e entidades que se situam nas áreas de apoio ao desenvolvimento industrial também se notam algumas falhas ao tentarem enquadrar as indústrias criativas em modelos que as representam de forma deficiente. No ambiente empresarial nota-se dificuldade em estabelecer modelos de interligação entre os vários actores que permitam potenciar sinergias que iriam beneficiar de forma muito positiva todo o sistema.

Se o vosso projecto fosse a uma entrevista de emprego e lhe perguntassem onde vai estar em 2020, o que responderiam?

Implantada no mercado europeu de consumidores profissionais e amadores, com uma forte presença de produtos na gama educativa já no mercado extra europeu. A iniciar a consolidação da presença de produtos desenvolvidos para artes gráficas no mercado europeu.

Texto actualizado às 16h25 do dia 19 de Junho de 2015.

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