Tito Mouraz e as histórias de uma casa assombrada

Luís Octávio Costa Luís Octávio Costa
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Luís Octávio Costa Luís Octávio Costa

A madeira range e as paredes de pedra observam-nos, absorvem-nos. São recantos do Mosteiro de Tibães que escondem histórias de uma casa assombrada. "Na casa do Casal viviam sete senhoras, todas irmãs solteiras. Uma era bruxa. Em noites de lua cheia, as senhoras, voariam nas suas vestes brancas da varanda para os ramos frondosos do castanheiro, sobranceiros à rua. Daí seduziriam os homens que passassem", apresenta Tito Mouraz, um dos vencedores do prémio internacional de fotografia Emergentes DST 2013 e autor da série "Casa das Sete Senhoras", que assombra o festival Encontros da Imagem, em Braga. "Na Casa das Sete Senhoras, conversar, saber como era antes de mim, ouvir e imaginar, foi tão importante quanto o acto de fotografar. Comecei por fazer alguns retratos de pessoas. Interessaram-me porque sempre viveram aqui e estão ligadas à terra como as árvores. Falam do tempo, das suas recordações, das perdas... muitas já vestem de preto", recorda o autor que vive este projecto desde 2010. Envelhecemos com elas. Recuamos no tempo e escutamos o mesmo mocho, a mesma raposa, as mesmas estórias. "Tal como na lenda, talvez tenha sido a feição mágica e medonha, desta experiência cíclica, o meu maior ferimento: a noite, os fumos, os cadáveres, a lua, a ruína, os sons. Um lugar de afectos, afinal, também nasci aqui." Tito Mouraz recontruiu estas vidas na vila de Canas de Senhorim e arredores, na região da Beira Alta, de onde o fotógrafo é natural. 

Tito Mouraz
Luís Octávio Costa
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