Apagão das 'ofertas de escola' travou concurso de técnicos especializados

O MEC confirma o desaparecimento das ofertas de escola e promete que a situação será reposta entre esta segunda-feira e a manhã de terça, mas não explica o que se passou. Directores perplexos e preocupados.

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O Ministério da Educação e Ciência confirmou mas não deu qualquer justificação para o apagão que durante o fim-de-semana ocorreu na plataforma electrónica destinada às ofertas de escola, através da qual são contratados técnicos especializados (entre os quais psicólogos, assistentes sociais e docentes das áreas técnicas, artísticas e profissionais). Informou, apenas, que entre a tarde e noite desta segunda-feira e a manhã de terça a aplicação que contém os horários será reposta, o que não descansa os directores. “Já havia atraso. Agora será ainda maior”, lamentou Filinto Lima, vice-presidente da Associação Nacional de Dirigentes de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).

Em resposta a questões colocadas pelo PÚBLICO o MEC informa que “as escolas vão poder iniciar os procedimentos estabelecidos na lei para a selecção e recrutamento dos candidatos”, mas, “na verdade”, frisa Filinto Lima, “o início ocorreu, já com atraso, no último dia do prazo fixado para a abertura das aulas, 15 de Setembro”. “Na sexta-feira ao princípio da tarde, nalguns casos uma horas antes de terminar o prazo para as candidaturas, as ofertas de escola desapareceram”, relatou Filinto Lima.

O dirigente da ANDAEP, o da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira e o presidente do Conselho das Escolas (CE), José Eduardo Lemos, disseram estar a receber telefonemas de outros directores de escolas que tentam perceber o que se está a passar. “Estamos perplexos, parece que os problemas nas colocações não páram. O que é que vai acontecer agora? Alarga-se o prazo para a candidatura?", questionou Filinto Lima.

Os técnicos especializados das escolas artísticas e dos cursos profissionais e vocacionais (que também dão aulas) são escolhidos através das ofertas de escola. O mesmo acontece com os psicólogos, por exemplo. Ao PÚBLICO o MEC informou que as candidaturas não terão de ser refeitas. 

Além das ofertas de escola, também a Bolsa de Recrutamento está paralisada, à espera que o MEC encontre solução para o erro matemático que deu origem à ordenação errada dos professores. O director-geral da Administração Escolar, responsável pelos concursos pediu sexta-feira a demissão, que foi aceite pelo ministro.

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