Queremos dar um mergulho no Tejo à hora do almoço

No dia em que o P3 comemora três anos pedimos a algumas pessoas que fossem o génio da lâmpada e apresentassem três ideias de futuro. As de João Teixeira, director-geral dos Destination Hostels, falam de Turismo e Lisboa — e vice-versa

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1. Ir a banhos no Tejo

Despoluir definitivamente o Rio Tejo e torná-lo de novo possível para banhos. Assim, iriam surgir naturalmente zonas balneares na Zona Ribeirinha, com nadadores salvadores, trampolins para a água, solários, espreguiçadeiras, relvados e outras zonas para estender toalhas, para além da óbvia utilização da praia de areia que entretanto se formou na Praça do Comércio em torno do Cais das Colunas. Já imaginaram uma capital da Europa, onde na hora de almoço se dá um mergulho no rio! O acesso democrático a banhos, sem perder horas em filas de trânsito; o impacto e a surpresa de quem nos visita; quando o calor aperta, arregaçar os calções e entrar rio adentro em locais no centro da cidade vigiados e protegidos das correntes. Aproveitaria ainda e rebatizava o "Mar da Palha" do Rio Tejo para "Mar de Lisboa".

2. Continuar a "revolução" do Turismo "personalizado"

A "revolução" do alojamento turístico, com uma fortíssima componente de sociabilidade e de experiência mais completa, foi iniciada com os "Boutique Hostels" que Lisboa deu a conhecer ao mundo e que actualmente contaminam já outras cidades, primeiro o Porto, depois pela Europa, América do Sul e até já na Ásia. Esta "revolução" positiva da forma de montar e gerir hostels fazem hoje com que estes tenham comentários e médias de avaliação tão altas que apenas alguns hotéis de 5 estrelas conseguem igualar. Lisboa provou não ser apenas uma moda e levou mais além — é já uma nova forma de Turismo que consegue permitir aos seus viajantes, não apenas alojamento, mas oportunidades de fazer amigos e de conhecer a cidade através dos olhos mais informais de alguns dos seus mais apaixonados habitantes. Nestes hostels o turismo não é impessoal, é algo com que nos identificamos.

3. Internacionalizar os hostels para serem um portal de entrada em Lisboa

Apoio na internacionalização de algumas das melhores marcas de Lisboa. As nossas marcas de maior qualidade, em áreas nas quais somos indiscutivelmente líderes mundiais, são os melhores veículos de promoção. No caso turístico, claramente algumas marcas de hostels, se abrissem unidades nas principais cidades turísticas da Europa (Londres, Paris, Roma, etc), poderiam funcionar como portais de entrada em Lisboa. Seriam excelentes veículos de promoção em mercados onde o nível de qualidade é bem menor, sendo tão diferenciadores que estariam em perfeita situação para influenciar as escolhas das viagens futuras dos seus clientes. A proximidade nos hostels do "staff" com o cliente e as relações de confiança que se estabelecem funcionariam para despertar a curiosidade sobre Lisboa. Através destas exportações, criamos consciência global da nossa existência e passamos a ser considerados nas escolhas futuras, em especial no segmento que mais viaja.

Nota de autor:

O segmento que frequenta os hostels é o que mais viaja, sendo genericamente constituído por indivíduos entre os 20 e os 35 anos. Explica-se pela predisposição a tal, pela energia disponível ou ainda pela maior esperança de vida. Também têm um maior poder replicador das suas experiências, seja no ambiente familiar, com os colegas no trabalho/escola, nas redes sociais, onde são os mais activos, ou ainda, com desconhecidos, um fenómeno que não é tão comum noutros segmentos turísticos. Normalmente é o primeiro segmento a explorar novos destinos e aquele que mais decisivamente contribui para rápido crescimento dos mesmos.

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