Rafael Moneo no CCB: a história de um arquitecto

Exposição na Garagem Sul documenta a carreira do arquitecto espanhol em seis capítulos e em centenas de desenhos, projectos, maquetas e fotografias.

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Rafale Moneo fotografado no Porto NFACTOS/FERNANDO VELUDO
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Museu Arqueológico de Mérida DR
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Ampliação do Museu do Prado Reuters

A arquitecto Rafael Moneo (n. Navarra, 1937), o único prémio Pritzker (1996) de Espanha, vai estar esta terça-feira em Lisboa, na Garagem Sul do Centro Cultural de Belém, às 21h, para fazer a conferência de inauguração da exposição documental monográfica sobre a sua carreira, intitulada Uma reflexão teórica a partir da profissão. Materiais de arquivo (1961-2013).

Trata-se de uma mostra produzida pela Fundação Barrié, com sede na Corunha, e que tem na capital portuguesa a sua primeira amostragem internacional.
 
Comissariada por Francisco González de Canales, professor da Architectural Association, em Londres, a exposição reúne 18 maquetas, 142 fotografias e 98 desenhos distribuídos por seis capítulos, que vão dos anos de formação do arquitecto na chamada Escola de Madrid, e revisitando os seus primeiros trabalhos na década de 1960, como o projecto inicial para a Praça do Obradoiro em Santiago de Compostela, ou a colaboração com o dinamarquês Jørn Utzon na Ópera de Sidney, até à sua actividade docente na Universidade de Harvard, nos anos mais recentes, e passando ainda por obras de referência, como o Kursaal – Auditório e Centro de Congressos, em San Sebastian, e a ampliação do Museu do Prado, em Madrid, ou a extensão do campus da Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque, e a catedral de Nossa Senhora de Los Angeles, no Estados Unidos.

“Desde a sua proposta inicial para a Praça do Obradoiro em Santiago de Compostela (1962), a arquitectura de Rafael Moneo demonstrou ser capaz de resistir à tentação de criar um estilo reconhecível próprio ou de cair com demasiada facilidade nas tendências de cada época, envolvendo profundamente os seus projectos na problemática específica que se lhe depara”, escreve Francisco González de Canales no texto de apresentação da exposição. Para além da obra projectada e concluída, o professor e investigador releva na carreira de Moneo a importância da sua “reflexão sobre a forma como os edifícios se entrelaçam com a história da arquitectura e da cidade a mostrar-se, do ponto de vista pedagógico, mais determinante no desenvolvimento do seu trabalho e no de várias gerações de arquitectos que com ele aprenderam”.
 
A exposição de Rafael Moneo no CCB vai ficar patente até 23 de Novembro. No final desse mês, o arquitecto espanhol regressará a Portugal, e uma vez mais ao Porto, para participar no Fórum do Futuro  uma iniciativa comissariada por Paulo Cunha e Silva –, ao lado de três outros prémios Pritzker europeus, Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura, e o francês Jean Nouvel. Será também um regresso de Rafael Moneo à cidade onde, em Junho de 2011, apresentou o seu projecto para a Universidade de Colúmbia e reencontrou os arquitectos portuenses seus amigos.

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