Vamos visitar a CUF (em escultura, desenho e fotografia)

Da fábrica que desvanece à baía do Tejo resulta de um projecto de residências artísticas no antigo complexo fabril do Barreiro.

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Os artistas intervieram em múltiplos espaços do gigantesco complexo fabril, bairros operários incluídos MIGUEL MANSO

Durante décadas foi o maior grupo económico e financeiro nacional, um dos “sete magníficos” que dominavam o mercado português antes da revolução de 1974. Chegou ter mais de 100 mil funcionários em 100 empresas, participando em praticamente todos os sectores, do têxtil à química, da construção naval à banca.

Com a Revolução, a Companhia União Fabril, até hoje conhecida como CUF, foi nacionalizada. Mas um dos marcos maiores da história industrial portuguesa persiste no Barreiro, onde a empresa se instalou na primeira década do século XX. Nesse imenso complexo, trabalharam ao longo dos últimos três meses cinco artistas plásticos — Valter Ventura, António Bolota, Ricardo Jacinto, Dalila Gonçalves, Martinha Maia — e um colectivo, o Projecto Teatral. De amanhã a 11 de Outubro, ao mesmo tempo que se visita a exposição resultante do projecto de residência, é possível percorrer também o antigo território da empresa, entre os bairros operários, refeitórios, escolas e serviços de apoio médico como o hospital e a maternidade. Um território repleto de signos e lastros históricos cujas especificidades, na exposição, surgem reinterpretados em trabalhos de escultura, desenho, fotografia e som. Da fábrica que desvanece à baía do Tejo tem curadoria de Cláudia Ramos e é um projecto da Casinfância com apoio da Baía do Tejo e da Fundação Calouste Gulbenkian.

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