Jovem desempregada lança campanha de “crowdfunding” para fazer um aborto

Desempregada e sem condições para ser mãe, Bailey lançou uma campanha na GoFundMe para arrecadar quase 2000 euros para pôr fim à gravidez de 20 semanas. A página já foi removida

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Bailey tem 23 anos e é natural do Arizona, nos Estados Unidos DR

“Bailey está actualmente desempregada, completamente falida, endividada, e não tem condição de manter um emprego devido a graves sintomas de uma gravidez difícil, não planeada e inesperada.” A descrição aparecia numa página de “crowdfunding” da GoFundMe — com o nome “Stop Bailey From Breeding Fund” e entretanto apagada —, onde a jovem de 23 anos pedia 2500 dólares (1940 euros) para pôr fim a uma gravidez de 20 semanas.

A página — criada por Lücifer Ryzing, namorado da jovem americana, que prefere não revelar quem é o pai — gerou uma onda de revolta e protestos. “Eu estava preparada, até certo ponto, para receber manifestações de ódio, veneno e mesmo ameaças, mas eu fiquei surpreendida com o que aconteceu. Houve momentos em que quase tive um ataque de pânico e fiquei chocada com o tipo de reacções”, disse Bailey numa entrevista concedida à Vice, onde revela ter recebido “200 a 400 comentários com ofensas e ameaças”. “Algumas pessoas ameaçam divulgar todas as minhas informações, ingressando no meu endereço de IP, e descobrindo onde eu moro [para que eles possam] me magoar de alguma forma, ou vir machucar Luci [Lücifer Ryzing].”

Descrevendo-se a ela e ao namorado como “crianças de rastos que realmente precisam de fazer esse aborto”, a jovem do Arizona, nos Estados Unidos, não compreende a polémica à volta do assunto. “Vemos campanhas com o apelo ‘Ajuda-me a quebrar este record’ ou ‘Ajuda-me a pagar a renda’. Vimos o ‘Kickstarter’ a fazer um monte de dinheiro para a história da salada de batata. Se as pessoas querem doar e podem fazê-lo, é muito mais fácil do que perguntar directamente. Eu espero que as pessoas façam doações, mas se não fizerem tudo bem.”

Nervosa e assustada com o procedimento cirúrgico pelo qual terá de passar caso a interrupção da gravidez se concretize, Bailey revelou à Vice que tem passado por momentos de muitas dores, mas que o que a assusta mais é a ideia de ser mãe: “É uma cirurgia. Em Illinois é uma cirurgia de dois dias. É dolorosa, como qualquer cirurgia. Mas é absolutamente necessária, por isso estou mais nervosa com o facto de poder ficar sem tempo para fazer o aborto do que com qualquer dor.”

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