Portas diz que declarações de Lagarde sobre Espanha foram “um lapso involuntário”

Directora do FMI defendeu que Espanha é o único país da zona euro a progredir devido às reformas estruturais.

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Paulo Portas Nuno Ferreira Santos

O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, considerou nesta terça-feira que as declarações da directora do FMI sobre o crescimento da economia espanhola “foram um lapso involuntário”.

Christine Lagarde defendeu na segunda-feira, numa entrevista à Radio Classique, que Espanha é o único país da zona euro a progredir devido às reformas estruturais que começam a dar resultados.

"O único país que progride", apesar de não ser suficiente para absorver a bolsa de desempregados, "é a Espanha", afirmou Christine Lagarde na entrevista à emissora francesa.

Pegando precisamente na taxa de desemprego de Espanha, que está nos 25% e recordando a redução do mesmo indicador em Portugal, Paulo Portas afirmou que as declarações da directora do FMI só podem ter sido “um lapso, que acontece a todos”.

O vice-primeiro ministro respondia a uma pergunta de uma deputada do CDS, na comissão parlamentar de acompanhamento das medidas da troika, destinada a fazer um balanço do programa de assistência externa, concluído em Maio.

Na comissão esteve também a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que reafirmou que apesar da conclusão do "período de emergência", o país continua a ter "muitos desafios pela frente" para reduzir o défice a dívida pública.

"Continuamos a ter muitos desafios pela frente: continuamos a estar numa situação de défice excessivo ainda este ano, temos uma dívida elevada. Isso pede continuidade do esforço, não com a mesma intensidade que teve nos últimos três anos, a fase de emergência já está ultrapassada. Mas isso não significa que esteja tudo resolvido", afirmou Maria Luís Albuquerque, citada pela agência Lusa.

Na mesma comissão, Paulo Portas disse a que, depois do ciclo da troika, Portugal vive "como parceiro europeu sob as regras do Tratado Orçamental" e está ainda em procedimento de défices excessivos.

Do lado da oposição, o PS iniciou a ronda de questões aos membros do Governo questionando se "valeria a pena empurrar o país para esta tragédia", concluindo que os indicadores demonstram que "não valeu a pena destruir 400.000 postos de trabalho, nem assaltar o pote".

Na resposta, o vice-primeiro-ministro disse ter ficado "estarrecido" com a interrogação do socialista Pedro Marques, e criticou a "amnésia absoluta" e o "denial [negação]" do deputado: "Quem duplicou o valor da dívida em poucos anos foi o PS". Com Lusa

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