CDU quer uma auditoria à gestão do Teatro Rivoli durante a presidência de Rui Rio

Vereador comunista preparou uma proposta de recomendação que deverá ser votada na reunião privada desta terça-feira

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A CDU quer que o executivo presidido por Rui Moreira na Câmara do Porto ordene a realização de uma auditoria “à forma como o Teatro Municipal Rivoli foi gerido após a extinção de Culturporto”. Na base da recomendação que o vereador comunista, Pedro Carvalho, deverá apresentar na reunião privada desta terça-feira, estão declarações do novo director de programação, Tiago Guedes, em entrevista ao PÚBLICO.

Na entrevista publicada a 10 de Agosto, Tiago Guedes afirmava: “[…] Em relação ao Rivoli, o que se sente é que este teatro não tem sido bem cuidado. Não por falta de esforço e de zelo da equipa, mas por ele ter efectivamente sido deixado em muito mau estado pelo Filipe La Féria. Houve manutenções do equipamento que não foram feitas e mudanças estruturais que vão requerer obras de monta no final deste ano – para adaptar a sala às especificidades dos espectáculos de revista, foi montado um palco em cima do palco que o eleva em 30 centímetros e acrescentou-se uma plataforma elevatória que continua lá... É preciso remover isso e requalificar o que está por baixo. Até lá, vamos ter de abdicar das primeiras três filas, que com a subida do palco deixaram de ter visibilidade.” O novo responsável pelo teatro municipal dizia ainda, sobre eventuais entraves financeiros à recuperação do espaço: “O ideal era entregar a factura ao Filipe La Féria e pôr-lhe o material que ele deixou no Rivoli à porta do Politeama. Mas isso não vai ser possível porque foi tudo feito com consentimento político.”

Agora, a proposta comunista recupera estas declarações para recomendar a Rui Moreira que avance com uma auditoria que permita apurar “a totalidade dos custos inerentes ao seu [do Rivoli] funcionamento e às obras entretanto realizadas no seu interior”; “a actividade desenvolvida pelas pessoas nomeadas para a sua gestão”; “os valores pagos pelo município com a compra de espectáculos e/ou de bilhetes para espectáculos”; e “os valores que se estima que o município possa ter de gastar para repor o Teatro Rivoli na sua forma original”. A CDU quer ainda descobrir “a forma como foram apurados os valores das receitas inerentes à cedência do espaço e as verbas efectivamente cobradas e pagas”.

Na proposta, a que o PÚBLICO teve acesso, Pedro Carvalho afirma ainda que a decisão de entregar ao Rivoli a um privado esteve “envolva em polémica” e que “nunca foram prestados os devidos esclarecimentos que permitissem conhecer com maior profundidade a realidade da gestão” do teatro. Agora, o comunista quer um processo que permita “analisar todas as consequências para o município do Porto, da decisão de entregar a gestão do Teatro Rivoli a uma empresa privada”.

A entrevista de Tiago Guedes ao PÚBLICO já tinha provocado uma reacção do líder distrital do CDS-Porto e ex-vereador de Rui Rio, Álvaro Castello-Branco, que acusou o novo responsável pelo teatro municipal de “arrogância” e “ignorância”.

 

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