“Esperamos que haja compreensão e solidariedade”

Filipe Machado, presidente do CRAV, afirma que “o ideal seria haver uma equipa disponível em ir para a Divisão de Honra” por troca com os minhotos

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Pedro Gomes

A decisão do CRAV de pedir à Federação Portuguesa de Rugby (FPR) a despromoção para a I Divisão resulta de “um momento delicado” que os minhotos atravessam e é, segundo o presidente da formação arcuense, “um passo atrás estratégico”.

A equipa de Arcos de Valdevez solicitou na segunda-feira ao presidente da FPR “a despromoção do CRAV para a I divisão” e Filipe Machado, presidente do clube minhoto, garante ter chegado a esta decisão depois de concluir que “todos os cenários equacionamos não funcionariam”.

O dirigente explica em declarações ao P3 Râguebi que a Divisão de Honra é um “escalão muito competitivo que acarreta despesas grandes” que prejudicam “o investimento que está a ser feito na formação”. “Estamos a tentar fazer um trabalho sustentado que nos permita no futuro jogar no nível que pretendemos sem sobressaltos. Neste momento queremos dar mais atenção à formação e deixar os seniores jogarem num escalão menos exigente para termos outra sustentabilidade”, refere.

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Com "um plantel envelhecido", o CRAV ficou sem seis habituais titulares da equipa e “numa fase de desinvestimento é impossível estar a reconstruir a equipa”: “Para compensar a falha desportiva que tivemos teríamos que ter a saúde financeira que tínhamos em outros anos.”

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Sobre as saídas do clube, o dirigente revela que os minhotos sabem “que o Afonso [Vareta] vai jogar no GD Direito, que o Jorge [Vareta] vai para o Belenenses e que o José Maria [Vareta] assinou o contrato para o programa olímpico e que também vai para Lisboa”. Porém, sublinha, nada foi “comunicado oficialmente” ao CRAV.

Explicados os motivos que levaram o clube a solicitar “um pedido insólito”, Filipe Machado diz ter consciência que “o regulamento numa questão destas é implacável e implica a descida à II Divisão com a inibição de jogar nesta época”, embora o CRAV tenha “essa questão salvaguarda” por ter “uma equipa B que não pode ser impedida de competir”.

Porém, o presidente do CRAV salienta que o desejo dos minhotos “é ir para a I Divisão”. “Sabemos que é um processo difícil e que não será fácil estar a mudar a constituição da I Divisão para 11 clubes. O ideal seria haver uma equipa disponível em ir para a Divisão de Honra e nós para a I Divisão.”

Para isso, no entanto, é necessário que “haja compreensão e solidariedade”: “Se cada um olhar apenas para o seu umbigo o râguebi português ficará feito em frangalhos. Tudo depende da boa vontade dos clubes e fazemos um pedido de ajuda.”

Filipe Machado lembra que “o râguebi português precisa de mais clubes como o CRAV que estejam em locais isolados a fazer qualquer coisa pelo râguebi”, advertindo que “o râguebi nada ganha” em dar aos minhotos “uma golpada tão forte como seria a que está prevista pelos regulamentos”.

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