Animal cancela protestos em Viana e movimento local mantém acção contra touradas

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A primeira edição do concurso também foi ganha por defensores da abolição das touradas Nélson Garrido

A Animal desconvocou os protestos antitouradas que tinha anunciado para este domingo, em Viana do Castelo, mas um movimento local mantém a manifestação apesar do adiamento, para Setembro, da corrida de touros organizada por um grupo de aficcionados.

"Confirmadíssimo. Não há tourada em Viana do Castelo. Assim, a acção da Animal fica sem efeito", lê-se na página do Facebook da associação de defesa dos animais.

A Animal, que elaborou a moção aprovada em 2009 pela Câmara de Viana do Castelo que proibiu a realização de touradas no concelho, tinha anunciado para este domingo uma acção de sensibilização seguida de uma vigília contra aquela que seria a terceira corrida de touros desde que Viana do Castelo foi declarada cidade antitouradas.

O movimento "Vianenses pela Liberdade" anunciou, no sábado, o adiamento do espectáculo tauromáquico para 7 de Setembro alegando "problemas administrativos criados pela Câmara de Viana do Castelo".

A autarquia rejeitou, na sexta-feira, "liminarmente" o pedido de licenciamento para a instalação de uma praça amovível alegando "incumprimento formal do processo".

Fonte autárquica explicou à Lusa que os organizadores "não apresentaram cópia da apólice de seguro de acidentes pessoais", um elemento "fundamental, exigido por lei", para o licenciamento deste tipo de espectáculos.

Em causa está a montagem de praça amovível, num terreno privado situado junto à antiga empresa de pescas de Viana, conhecida localmente como Seca do Bacalhau, em Darque, o mesmo local onde decorreu a tourada do ano passado, com a presença, segundo a organização, de mais de 2550 espetadores.

O movimento de aficcionados, criado em 2009 na sequência da aprovação, pelo município, da declaração antitouradas, acusou o autarca socialista José Maria Costa de "continuar a agir de má-fé, a cometer ilegalidades e a atacar os direitos e liberdades dos cidadãos de Viana do Castelo, envergonhado a cidade".

Apesar do adiamento, um grupo local de activistas que reclama o fim deste espectáculos na cidade decidiu manter as acções anunciadas para as 16h, próximo do local onde deveria realizar-se a corrida de touros.

"Em vez de ser uma acção para demonstrar desagrado por, mais uma, vez a cidade ser ofendida pela presença de apreciadores de tortura animal, vamos demonstrar a nossa alegria por ter sido evitada a ofensa a Viana do Castelo", afirmou Ana Macedo, porta-voz do movimento cívico.

A responsável assegurou que o grupo de activistas "está pronto" para nova manifestação, a 7 de Setembro, "caso a ideia de fazer uma tourada prossiga".

A activista apelou ainda à autarquia para avançar com um pedido, junto da Assembleia da República, para que seja atribuído à cidade um regime de excepção, tal como acontece com o município de Barrancos onde são permitidos os touros de morte.

"Viana tem que pedir a excepção tal como Barrancos a pediu. Se Barrancos tem direito porque não temos nós", questionou.

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