O cometa que a sonda Roseta estuda tem 10.000 milhões de toneladas

Aparelho espacial está agora a cerca de 80 quilómetros de distância do núcleo do 67P/Churiumov-Gerasimenko.

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O núcleo do cometa, com a sua forma invulgar ESA

Os dados recolhidos pela sonda Roseta já permitiram que se determinasse a massa do seu objecto de estudo: o cometa 67P/Churiumov-Gerasimenko, junto do qual chegou no início deste mês, depois de uma viagem de dez anos pelo espaço, tem cerca de 10.000 milhões de toneladas.

Para calcular a massa do cometa, segundo noticiou esta quinta-feira a BBC online, os cientistas usaram a atracção gravitacional que ele exerce na sonda. O núcleo do cometa, que tem cerca de quatro quilómetros de diâmetro máximo, deixou-nos maravilhados pela revelação, quando por fim a sonda ficou só a 100 quilómetros dele, a 6 de Agosto, da sua forma invulgar. Parece composto por dois grandes pedaços e, além disso, a sua superfície ora é muito lisa, ora é acidentada, ora até crateras tem.

Podem parecer-nos muito 10.000 milhões de toneladas mas, escreve ainda a BBC no seu site, o cometa é pouco denso (a densidade situa-se nos 300 quilos por metro cúbico), o que poderá indicar que é muito poroso e até ter buracos no interior. “À medida que tivermos medições melhores, podermos interpretar se o cometa é heterogéneo ou se é composto mais por bocadinhos”, explica o cientista Matt Taylor, da Agência Espacial Europeia (ESA), que lançou a missão da Roseta.

Nunca um aparelho esteve tão perto do núcleo de um cometa e, nas últimas aproximações da Roseta, já depois do encontro tão aguardado, a distância entre os dois foi reduzida para 80 quilómetros. Tudo se passa longe de nós, entre Júpiter e Marte.

À medida que a Roseta e o cometa viajam agora na companhia um do outro em direcção ao Sol, que no entanto não irá além de uma órbita entre Marte e a Terra, uma longa cauda deverá começar a espraiar-se pelo espaço. E, em Novembro, chegará outro momento alto desta missão, quando uma sonda mais pequena, levada às cavalitas pela Roseta, a abandonar e pousar literalmente as suas patas metálicas no núcleo do cometa, prendendo-se a ele com arpões.

Até lá, os cientistas estarão de olhos postos em cada pormenor das imagens obtidas pela Roseta, para poderem escolher o melhor local de aterragem e iniciar-se assim um novo capítulo de uma aventura que já está a ser inédita na história da exploração espacial — e que, em última análise, nos levará até ao início da história do nosso sistema solar. Ou não fossem os cometas restos da formação do sistema solar.

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