Em Paredes de Coura, o ambiente é cabeça de cartaz

Para muitos participantes o ambiente do Vodafone Paredes de Coura é tão ou mais importante do que as bandas

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Paulo Pimenta

Os concertos do festival Paredes de Coura iniciaram-se quarta-feira, mas muitos participantes já se encontram a acampar desde segunda-feira e asseguram que o ambiente é tão ou mais importante do que as bandas no cartaz.

Ana Sofia, de 18 anos, é imediata sobre os motivos que a levam ao evento pela primeira vez: "Nós viemos ao festival pelo ambiente, não conhecemos as bandas". Atrás de si, João Couto, da mesma idade, refere "o ambiente, a lagoa, a música e férias merecidas" como elementos fundamentais para a deslocação de Braga até Paredes de Coura.

A ideia é partilhada por Vasco Feliciano, de 21 anos, repetente em Paredes de Coura, que fez a viagem de três horas desde Tomar por, "acima de tudo, o bom ambiente e algumas bandas", mencionando Beirut, Franz Ferdinand e James Blake. A mesma mensagem foi ainda transmitida por Ana Carolina, de 16 anos, deitada a ler junto ao rio perto de três amigas, também de Viana do Castelo, que a incumbiram de ser a entrevistada: "Não viemos tanto pelo cartaz, viemos pelo convívio, o ambiente é bom e curtimos disto. Estamos todas juntas, somos todas amigas". Já David, proveniente de Tomar com 24 anos, declara participar no festival por duas razões: "miúdas e música", com menções para Cage The Elephant, Linda Martini, Thee Oh Sees, Seasick Steve, Beirut, Mac DeMarco, entre outros.

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Capicua actuou para um grupo de algumas dezenas de pessoas no primeiro dia do festival Paulo Pimenta

Ao fim da tarde de quarta-feira, ainda foi possível assistir a uma visita do candidato às eleições primárias do Partido Socialista António Costa pelo campismo, durante a qual um grupo quis tirar uma fotografia ("uma 'selfie' socialista", como justificou um dos jovens) e pôde ouvir vários gritos pelo seu nome.

Antes, Capicua tinha actuado numa 'Music Session' perto da ponte romana de Rubiães para um grupo de algumas dezenas de pessoas, onde disse várias das suas letras na margem do rio Coura. 


Os esperados Franz Ferdinand

O festival continua esta quinta-feira com a esperada actuação dos escoceses Franz Ferdinand, um fenómeno de popularidade em Portugal desde que, há dez anos, editaram o seu primeiro álbum, anónimo. O segundo dia do festival minhoto, contudo, aparece "carregado" de propostas de vários géneros, mas todas elas ainda longe da popularidade dos cabeças-de-cartaz, como os Chvrches, também da Escócia, que se apresentam com o álbum de estreia "The Bones of What You Believe" (2013), claramente synth-pop.

Quase do "outro lado" da música, é dia de estreia absoluta em Portugal do veterano Seasick Steve (Steve Wold), cujas composições de punk/blues apenas entraram no "domínio público" com o seu primeiro disco, editado em 2006, após completar 60 anos de idade, estando agora em digressão com o mais recente trabalho, "Hubcap Music" (2013). Será que Ricardo "Riscas" Gomes vai conseguir entregar a "cigar box guitar" que construiu para o músico norte-americano? A resposta é sim, missão cumprida na tarde de quinta-feira.

Thee Oh Sees (22h20), Mac DeMarco (21h20), Oso Leone (18h30), Thurston Moore (20h30), Panama (19h00), Fast Eddie Nelson (18h00) e White Haus (02h00) são as restantes propostas do segundo dia, que termina com o "dj" Ivan Smagge.

A organização do festival, que prossegue até sábado, no anfiteatro natural junto ao rio Tabuão, espera receber perto de 28 mil pessoas - a lotação máxima - em cada um dos quatro dias de concertos.

Artigo actualizado às 16h04.

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