Casamento depois dos 30: sai um pedido!

Hoje investe-se na carreira para, só depois, se amar. Desfruta-se da solidão da casa para posteriormente a partilhar. Espera-se pelos filhos para finalmente casar

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Dizzy Girl/ Flickr

Há quem defenda que o casamento está fora de moda. Que traz mais amarguras do que benefícios. Que enferruja as relações. Porém, regra geral, as mulheres continuam a sonhar com o beijo de amor eterno. Sem dispensar o “viveram felizes para sempre”. É certo que nem sempre vivem. Mas sonhar não custa. Nem custa viver o sonho.

Assim, mudam-se os tempos, mas mantêm-se algumas vontades. E no que toca ao amor, o sonho do grande dia tem sobrevivido ao passar das gerações. Talvez por isso seja, hoje em dia, tão certo como ninguém morrer de amor ninguém recusar o pedido. Independentemente da idade, credo ou autonomia...

A agitação da vida quotidiana adia momentos que, em gerações anteriores, aconteciam em tenra idade. Ou faz com que, aparentemente, caiam em desuso. Hoje investe-se na carreira para, só depois, se amar. Desfruta-se da solidão da casa para posteriormente a partilhar. Espera-se pelos filhos para finalmente casar.

Porém, uma coisa é certa: que as mulheres dos 30, 40 ou até mais amam um pedido de casamento, lá isso amam. Vivam juntos, separados, ou de forma intervalada, o pedido é bem visto. Sempre. Mas como o arrancar aos homens mais desatentos? Como provocar um “casas comigo” aos mais cépticos ou descrentes na vida a dois de papel passado?

No limite, o noivo pode ser um convocado de última hora. E o local, o estádio do seu clube de eleição. Por isso, há que pensar na data e em todos os afins... E ir falando com as amigas sobre o tema. Coisas de mulher, pois claro! Ele ainda não sabe. Mas que vão casar, lá isso vão.

É hora então de relevar as piores características da espécie. As meias, já usadas, longe do cesto de roupa suja. Os blasers que desconhecem o significado da palavra cruzeta. E os ténis que amuaram, para a vida, com a sapateira. O que fazer? Nada. Respirar fundo. Contar até três. E lembrar que é tudo uma questão de Y. Que todos os outros ípsilons são iguais ou piores. E que este é o Y que fará o pedido. Ele ainda não sabe. Mas vai lá chegar.

Noite de sexta é excelente para copos com amigos, pensa ele. Ainda para mais se for recorrente. Os homens adoram a previsibilidade do dia e hora marcada. É a noite da catarse em relação às alegadas privações da vida a dois. Em que tudo ou quase tudo é permitido. Que seja então. Há que confiar na qualidade superior do “made in house”. Ele ainda não sabe. Mas já tem essa marca.

Em dia de futebol, tudo muda de figura. Não há mais mundo além da televisão. A rotina diária passa a inexistente. E, mesmo de babydoll, a companheira vira holograma. Está quase a correr mal. Perante risco de explosão, pode sempre recorrer-se à substituição de pensamento. Não se reclama, observa-se. Não se discute, dão-se bitaites. Sobre o jogo, pois claro. E seguimos em frente. Ele ainda não sabe. Mas já está quase.

E eis que chega a fase do pedido. Umas conversas sobre o tema. Um “não ligo muito a isso”, um “se calhar nem quero”, um “quando encontrar o meu Y ideal”... e zás. Chega a música perfeita. Maravilhosa. A melhor de todas. Investido do poder de realizar o sonho da cinderela da casa, o nosso Y supera-se. Porque ser feliz não passa de moda. Nem tem sabor amargo. Não enferruja. Ele já sabe! Vamos casar!

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