Lei dos milhões não basta para calar a ambição sevilhana

O Real de todas as estrelas (CR7 incluído) mede forças com o Sevilha de Beto, Carriço e Diogo Figueiras, na Supertaça europeia

Foto
Reuters

Pela segunda vez na história do futebol do Velho Continente, a Supertaça europeia (19h45) vai pôr frente a frente duas equipas espanholas. Da primeira vez que aconteceu, em 2006, o Sevilha de Daniel Alves, Javier Saviola ou Luis Fabiano, bateu o Barcelona por uns implacáveis 3-0. Desta feita, a artilharia pesada do Real Madrid — que, além do lote de estrelas que no ano passado lhe permitiu conquistar a décima Champions, conta com os reforços James e Kroos — dificilmente deixa margem para que os andaluzes sonhem com o mesmo resultado. Mas Unay Emery, técnico dos sevilhanos, vai avisando: “É um jogo de ilusão e já lhes conseguimos ganhar.”

A chamada de atenção, feita em conferência de imprensa, encontra fundamento na 30.ª jornada da Liga espanhola 2013-2014. Na altura, tudo parecia estar a correr bem ao Real Madrid quando, aos 15’, Cristiano Ronaldo inaugurou o marcador. Só que o Sevilha conseguiria a remontada e, assim, os “merengues” perderam três pontos preciosos para o rival Atlético, que se sagraria campeão.

O favoritismo “blanco” continua a estar lá todo, mas do outro lado esse não parece ser um problema. “Caber-lhes-á carregarem o peso do jogo”, lembra o técnico, antecipando a fórmula para travar o inquestionável poderio dos rivais: “Não podemos dar espaço para o contra-ataque porque são muito rápidos”.

E quanto a Ronaldo, que até só jogou 16 minutos nesta pré-temporada? Beto, um dos três portugueses (os outros são Diogo Figueiras e Daniel Carriço) que, nesta noite, tentará subverter o ascendente de um “onze” que, estima a Marca, custou 440 milhões de euros, deixa o aviso: “É o melhor jogador do mundo e não necessita de pré-temporada, mas temos de anular toda a equipa, não só a ele. Podemos voltar a ganhar-lhes.”

Na verdade, se CR7 chega à Supertaça europeia com uma ausência quase total de rodagem na pré-época, há quem a vá disputar sem sequer se ter mostrado nos jogos de preparação — são os casos de Benzema, James e Kroos (a titularidade dos dois últimos foi ontem confirmada por Carlo Ancelotti e o primeiro dificilmente não faria parte do “onze”).

Quem também jogará de início no Real é Iker Casillas que, apesar de, no imediato, ter levado a melhor sobre Keylor Navas, deverá ter, nesta partida, uma prova de fogo no que respeita à disputa pela baliza no decorrer da temporada. “Reconheço que não estive ao meu melhor nível nos últimos jogos. Não vou esconder-me. Mas há que saber aguentar a pressão”, reconheceu, no lançamento do jogo. A noite será igualmente de Gareth Bale. Nascido no País de Gales, o avançado regressa a casa (o jogo disputa-se em Cardiff), pronto a mostrar que é mesmo um homem talhado para os encontros decisivos – pelo menos a avaliar pelo que fez o ano passado, em que marcou na final da Taça do Rei, frente ao Barcelona, e na final da Liga dos Campeões, ante o Atlético de Madrid.

Sugerir correcção
Comentar