Negativas voltam a dominar notas da 2.ª fase dos exames do secundário

Médias de Matemática, Física e Química, e Biologia e Geologia descem ligeiramente em relação ao ano passado.

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Director da secundária Camões preocupado com estado das salas
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Este ano realizaram-se 115.891 provas Enric Vives-Rubio

Em 23 exames na 2.ª fase dos exames do ensino secundário, 14 registaram médias negativas, abaixo de 9,5 valores em 20. Entre estas, está Matemática A, a que teve mais alunos inscritos nesta fase. Porém, apesar de a média no exame ser de 8,1 valores e ligeiramente inferior à do ano passado, a maioria dos alunos internos passa à disciplina.

Em relação a Matemática A, 60% dos alunos que realizaram o exame na 1.ª fase, — tendo a média sido nessa altura de 7,8 — repetiram-no. A média foi agora de 8,1, quando no ano passado nesta fase tinha sido 8,4. Entre os alunos internos, aqueles que fazem os cálculos de passagem ou reprovação tendo em conta a classificação interna dada pelo professor e para quem o exame vale 30%, a média foi de 9 — em 2013 tinha sido 9,5. Entre estes alunos, a percentagem dos que reprovam mantém-se nos 24%.

Nos estudantes autopropostos, para quem a nota do exame vale na totalidade, a média foi de 6, mais baixa do que em 2013, quando tinha sido de 6,4.

“Os exames da 2.ª fase apresentam resultados em regra inferiores aos observados na 1.ª fase, o que se explica, em grande medida, pelo facto de se destinarem principalmente aos alunos que não obtiveram aprovação na 1.ª”, ressalva o júri dos exames em nota enviada à imprensa.

Tal como no ano anterior, as disciplinas que registaram maior número de provas realizadas foram, além de Matemática A, Física e Química A, Biologia e Geologia e Português.

A Física e Química A, metade dos alunos que fizeram o exame na 1.ª fase acabaram por repeti-lo na 2.ª. Se na 1.ª fase, a média tinha sido de 8,8, agora desceu para 8,2. No ano passado, na 2.ª fase, também tinha sido de 8,8.

Entre os alunos internos, a média no exame de Física e Química foi 8,5, quando em 2013 tinha chegado aos 9,2. A taxa de reprovações foi mais alta este ano — 27% contra 25% no ano passado.

A Biologia e Geologia, 37% dos estudantes repetiram a prova, que na 1.ª fase tinha registado 10,7 de média. Agora, na 2.ª fase, as médias negativas voltam a dominar e ligeiramente piores do que ano passado: 8,1 este ano; 8,4 no ano passado. Entre os alunos internos, a média foi de 8,3, quando no ano passado tinha sido de 8,7. Este ano, há mais reprovações — 20% para 18% em 2013.

A Português, a média também foi negativa, embora igual à do ano passado — 8,9. No caso dos alunos internos, subiu ligeiramente de 9,7 para 9,8, este ano, mas a taxa de reprovações aumentou de 15% para 16%.

Apesar de as médias serem, na maior parte dos casos, negativas, tal não quer dizer que os alunos internos reprovem. De acordo com uma nota do júri dos exames, “os dados relativos às taxas de reprovação dos alunos internos, nesta 2ª fase, mostram-nos que uma significativa percentagem” dos que não tinham conseguido obter aprovação na 1.ª fase alcançou-a agora. E salientam os casos de Geografia, com 91% destes alunos aprovados; Português, com 84% de estudantes que passam; Biologia e Geologia, com 80% de taxas de aprovação; e mesmo Matemática A, em que esta percentagem é de 76%.

O júri destaca ainda alguns casos de médias positivas, como, por exemplo, Desenho, em que 86,4% das provas tiveram classificação igual ou superior a 9,5; e Geografia A, em que esta percentagem é de 71,2%.

“Estabilidade”
Também em nota enviada à imprensa, o Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) salienta que, comparando os resultados desta 2.ª fase com os do ano passado, “e apenas para um número de provas superior a 2500 nos dois anos”, verifica-se uma “tendência de estabilidade”. Referem-se às notas dos alunos internos a Biologia e Geologia, Geografia A, Física e Química A, História A, Matemática A e Português.

Destacam “pela positiva” a subida da média de Geografia A (de 10 para 11,6) e o caso de Português, com uma subida, ainda que “inexpressiva”, de 9,7 para 9,8.

O IAVE reconhece, porém, que a História A, Biologia e Geologia, Matemática A, e Física e Química A, “as médias de 2014 são ligeiramente inferiores às de 2013”, embora ressalvem que essa diferença não é “estatisticamente” significativa.

A menor variação é a História A — de 9,3 no passado, para 9,2 este ano. Nas outras três disciplinas, o IAVE reconhece que a variação é “ligeiramente superior”: em Biologia e Geologia desceu de 8,7 para 8,3; em Matemática A passou de 9,5 para 9 e a Física e Química A desceu de 9,2 para 8,5.

O IAVE recusa, porém, fazer comparações entre os resultados da 1.ª e da 2.ª fase, uma vez que esta serve “como segunda oportunidade” para aqueles que “não obtiveram aprovação” na 1.ª “ou como tentativa de melhoria da classificação”.

A 2.ª fase dos exames do secundário decorreu em 644 escolas, tendo sido realizadas 115.891 provas, menos do que no ano passado quando foram feitos 135.720 exames.

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