Ricardo Salgado espera o "tempo e o contexto" para se pronunciar sobre "queda abrupta" do BES

Em comunicado, ex-presidente do banco diz que aguarda o relatório da auditoria que está a ser feita pelo Banco de Portugal e pela PwC.

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Ricardo Salgado JOSé MANUEL RIBEIRO/REUTERS

O chefe do clã Espírito Santo, Ricardo Salgado, de 70 anos, já se pronunciou, por intermédio do seu novo porta-voz, sobre os últimos acontecimentos que levaram o banco a ser intervencionado pelo Banco de Portugal, dizendo que aguarda “pelas conclusões do relatório da auditoria forense realizada às contas do Banco Espírito Santo, relativas ao primeiro semestre de 2014, que está a ser feita pelo Banco de Portugal e pela PwC”.

Em comunicado emitido já esta tarde, o ex-presidente do BES, que foi no mês passado constituído arguido no âmbito do processo Monte Branco, e para quem as autoridades de supervisão financeira remetem as culpas da situação de pré-insolvência a que o grupo se encontrava no final da semana anterior, refere que “se reserva o direito de se pronunciar sobre as mesmas” nessa altura.

As declarações de Salgado, que tem como advogado Daniel Proença de Carvalho, surgem menos de 24 horas depois de o Banco de Portugal ter anunciado o fim do BES. E a reabertura (hoje) com uma nova marca, Novo Banco, para onde se transferiram os depositantes, os  bons créditos e os recuperáveis, bem como todos os trabalhadores e as agências. Os accionistas (o GES tinha 20% do capital) daquele que foi até ontem o segundo maior banco privado português ficaram na posse de um banco-mau, que mantém a designação BES, e que recebeu os activos-tóxicos. 

“Quando o tempo e o contexto permitirem uma análise objectiva e serena do que precipitou a queda abrupta do valor do BES e a consequente intervenção do Estado”, então nessa altura, “o Dr. Ricardo Salgado pronunciar-se-á sobre o que, na sua perspectiva, provocou esta crise e o seu desfecho”, lê-se na nota enviada à comunicação social.

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