Jordi Pujol renuncia “a tudo” após escândalo fiscal

Antigo homem forte da Catalunha admitiu manter fortuna secreta em paraíso fiscal.

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Jordi Pujol foi presidente da Catalunha entre 1980 e 2003 QUIQUE GARCIA/AFP

Depois de ter admitido ter mantido uma fortuna secreta no estrangeiro, Jordi Pujol, figura emblemática do nacionalismo catalão, abandonou aos 84 anos a cena política para tentar evitar que o escândalo contamine o processo independentista em curso na Catalunha.

Jordi Pujol, símbolo da luta contra o franquismo e presidente da Catalunha entre 1980 e 2003, “renunciou a tudo”, anunciou esta terça-feira o actual presidente da região, Artur Mas.

O patriarca do clã Pujol abandona o seu título de ex-presidente da Catalunha e as suas prerrogativas – salário, viatura, guarda-costas – e o título de presidente fundador da CiU (Convergência e Unidade), a coligação nacionalista que partilha o poder no parlamento da região com a esquerda republicana e independentistas da ERC.

“Ele tem consciência do problema criado” pelo caso que o atinge e quer que ele afecte “o menos possível” a “situação do país num momento tão delicado”, disse Artur Mas.

Esta decisão de afastar Pujol acontece num momento em que o presidente da região, em conflito com o governo central de Mariano Rajoy, está a preparar para dia 9 de Novembro um referendo de autodeterminação na Catalunha, considerado ilegal por Madrid.

“É evidente que o país (a Catalunha) está acima de qualquer pessoa, seja qual for a sua importância. Incluindo Jordi Pujol”, acrescentou Mas, sublinhando “a dor” que lhe provocou este caso relacionado com o seu “pai político”

Jordi Pujol provocou um sismo político na passada sexta-feira, ao reconhecer ter colocado secretamente fora de Espanha a herança do seu pai, morto em 1980. Pujol não falou em números mas trata-se de um fortuna espalhada em contas em nome da sua mulher e dos seus sete filhos. O jornal La Vanguardia fala em quatro milhões de euros depositados em Andorra.

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