Futuro da língua portuguesa está assegurado enquanto património comum dos povos

Ao reflectir sobre o futuro da língua portuguesa que completa 800 anos, Albertino Homem Bragança, escritor e investigador da língua portuguesa em São Tomé e Príncipe, considera que o futuro está assegurado.

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), é para Albertino Bragança o celeiro, onde a língua portuguesa é cultivada, e renovada. «Quando se fala do futuro da língua portuguesa, tem-se que falar da língua que é património comum dos países que a utilizam. E nesse aspeto creio que o futuro da língua portuguesa está assegurado», declarou.

O escritor, que já apresentou vários temas sobre a língua portuguesa em conferências e palestras tanto em São Tomé como nas outras capitais lusófonas, diz que o futuro seguro da língua portuguesa, passa pela preservação de todas as versões da mesma. «Enquanto língua veicular, ela terá que ter em atenção as interferências de outras línguas, sobretudo as línguas nacionais. É assim que eu perspectivo a existência de uma língua portuguesa que não pertence só a Portugal, mas a todos os povos falantes», frisou Albertino Homem Bragança.

Um conceito que segundo Albertino Bragança, sustenta a evolução que a língua portuguesa tem conhecido, e que e a criação da CPLP veio dar mais força. «Sendo assim creio que a língua portuguesa irá seguir o seu trilho e irá encontrar o seu futuro», acrescentou.

São Tomé e Príncipe, tem responsabilidade na garantia do futuro, e na preservação da língua portuguesa. O escritor recorda que o arquipélago tem o seu próprio português, que ele designa de “Português de São Tomé”, por sinal mais dominante no país. «Não podemos ignorar a pujança que ele tem no nosso país», precisou.

Albertino Homem Bragança, considera que o português oficial, será mais forte e mais correctamente utilizado em São Tomé e Príncipe, quanto maior for o conhecimento do crioulo fôrro e do “português de São Tomé” por parte das populações.

«Porque conhecendo as regras do crioulo e do “português de São Tomé”, seremos capazes de separar e distinguir as regras do português oficial. Não as distinguindo vivemos numa mescla, que é o que acontece cá, em que se confunde quase tudo seja na escrita como na oralidade», pontuou.

Aos 800 anos de idade, a língua portuguesa falada em São Tomé e Príncipe desde o século XV, é a língua de união do povo das ilhas, que se expressa também em 3 crioulos diferentes.

Texto originalmente publicado no jornal Téla Nón (São Tomé e Príncipe) a 17 Julho 2014

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