Oito dicas para aproveitar o máximo do Cais de Fado

Reciclamos aqui a nossa experiência no primeiro dia do Cais de Fado, para que tudo possa ser melhor aproveitado por quem for nas noites de sexta e sábado ao festival.

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Fernando Veludo/nFactos

Fomos logo no primeiro dia, para aproveitar tudo. E o tudo era muito. Não encontrámos algumas coisas anunciadas - por exemplo, os barcos BlueBoat não chegaram a sair do cais, talvez por falta de clientes. E descobrimos outras de que não estávamos à espera - a Casa da Música quis mesmo fazer deste um festival, e por isso tinha colaboradores a distribuir balões azuis, para gáudio dos grupos de jovens galegos que queriam instagramar a Ponte D Luis. Vê a galeria e lê as dicas que reciclamos a partir da nossa experiência, para que tudo possa ser melhor aproveitado nas noites de sexta e sábado. Só deixamos um aviso. Se na quinta-feira estava muita gente, nas próximas noites deverão estar muitas mais.

1 - Não vás de carro, vai de metro. Ou de autocarro.

Ao fim da tarde a Avenida Diogo Leite, no Cais de Gaia, é cortada ao trânsito. E o trafego nas ruas adjacentes, que sobem até à Avenida da República (que dá acesso à Serra do Pilar) são condicionadas. Escusado será dizer que há uma estação de Metro no muito conveniente Jardim do Morro, e que ao fim de semana até funciona ininterruptamente. Fica mais barato, e deixa-te sem peso na consciência quando te apetecer beber mais um copo.

2 - Não vimos barcos gratuitos a funcionar, mas os autocarros funcionam mesmo.

A empresa Douro Azul está a disponibilizar transportes gratuitos para ligar os pontos de interesse do festival. Entre eles dois autocarros BlueBus, que andam a subir para a Serra do Pilar e a descer para o Cais de Gaia. Muito pratico para depois do jantar, quem não se quiser aventurar na subida,ou dispensar os 50 cêntimos de desconto para quem comprar uma ida e volta no teleférico ( nos dias do festival um bilhete de ida e volta para adulto custa 7,5€, em vez de oito; estes preços continuam a ser mais indicado para os turistas, certo?). O autocarro (um daqueles azuis, de dois andares, que normalemnte andam a fazer visitas hop on-hop off pela cidade) apanha-se mesmo no início da Avenida Diogo Leite, perto da ponte D. Luís, e deixa os ocupantes em plena Avenida da República, junto à estação de General Torres.

3 - Subidas ao Zimbório do Mosteiro da Serra do Pilar só até às 16h30

O horário de abertura do Mosteiro da Serra do Pilar, opnde o Ministerio da Cultura tem patente a interessante exposição património a norte, foi alargado (e pode ser feito até às 22h00) mas, infelizmente, a decisão não incluiu as subidas ao zombório, que continuam a ser obrigatoriamente pagas, e guiadas. A última termina às 16h30. O que é uma pena. A paisagem vislumbrada do átrio do Mosteiro, à noite (não confundir com o átrio onde estão a decorrer os concertos, em pleno quartel, sem ligação entre eles, e com acessos diferentes) deixa adivinhar o que se está a perder lá em cima.

4 - O espaço Porto Cruz tem um dos melhores terraços para ouvir o “fado com vista”

Chama-se Terraço 360º e o nome faz justiça ao espaço. Na quinta feira ouvimos o “Fado Violado”, o projecto de Ana Pinhal e Francisco Almeida que dá a inusitada densidade da sonoridade do flamengo ao tradicional fado português. Um mix que surpreendeu portugueses e turistas (e a Ana Pinhal teve a simpatia de traduzir sempre para inglês a apresentação da música que se seguia). Repete no mesmo espaço esta sexta feira, 25, às 18h45. No sábado, 26, “mudam-se” para a Croft.

5 - Não vais ter tempo de ver e ouvir tudo

Já tínhamos avisado que era melhor consultar o programa antes, para decidires que concertos é que não queres perder. Há concertos a decorrer quase em simultâneo nos palcos 1, 2 e Praça Sandeman. E às vezes os que decorrem nas caves também. Ontem, quem esperou para ver o final do espectáculo do Fado Violado no espaço Porto Cruz, ainda ouviu as primeiras canções, lá em baixo, do concerto da Cláudia Madur, no Palco Porto Sandeman. E quem, depois deste último, queria ir ouvir o António Laranjeira, no Palco 2, ainda apanhou pelo meio o Diogo Aranha no Palco 1. Francisco Santos, um portuense que trabalha com teatro infanti, queixou-se disso - de não poder assistir a todos os espectáculos. “Deviam espaçá-los mais, ou então pô-los todos num palco só. Assim, não conseguimos ver tudo”. Mas essa era a única crítica. Porque, no final, só tinha elogios: “Finalmente a descentralização chegou ao Porto. Estas coisas só acontecem em Lisboa. É bom vê-las aqui”.

6 - Ouvir o "Porto Sentido" faz mais sentido do que nunca

Foi a fadista Cláudia Madur quem fez o desafio: ouvir a música de Rui Veloso, escrita por Carlos Tê originariamente para a voz de Carlos do Carmo com aquela paisagem no enquadramento. O “Porto sentido” fez mais sentido do que nunca. Os muitos presentes que responderam ao repto de Cláudia, e com ela cantaram o refrão (sobretudo os portugueses, que, naquele concerto pareciam estar em maioria), mostravam concordar com isso. Mas quem tinha acabado de chegar ao Porto de paraquedas - bem, para dizer a verdade, o libanês Zihad Habachy estava a chegar ao cais de Gaia de bicicleta alugada, mas o que queremos dizer é que ele e quatro amigos tinham acabado de chegar ao Porto, onde iriam ficar três dia - também parou para bater palmas. Não, Zihad nunca tinha ouvido falar de fado, e tanto ele como os amigos foram avisados escassas horas antes de que estavam a haver um festival por aquelas bandas. Mas, sim, “é uma música interessante”, o ambiente no Cais era “fantástico” e a paisagem, a do velho casario que se estende até ao mar, “é espectacular”.

7 - Comer mal e à pressa não tem de ser fado para ninguém 

Há uma dúzia de restaurantes que se associou ao evento e criou uma ementa especifica para o Festival. Encontramos menus por 15 euros, podes ter direito a entrada, prato principal e sobremesa, e ainda uma cerveja. Se quiseres muito beber um Porto, pede água à refeição e fica incluído no preço. Não dizem que as vistas se pagam? Pois, nestas esplanadas não tem preço.  

 

8 - Guarda uns trocos para a sangria

Quem já se passeou pelo Douro e viu a forma de sulfatar a vinha, não deixará de se lembrar disso quando vir aquela gente de “contentor” às costas, mangueira numa mão e copos na outra. Não, não é cerveja - escusam de perguntar! E nós ouvimos fazer essa pergunta tantas vezes! É mesmo sangria, e cada copo custa 2,5 euros. Na falta de trocos, há sempre  por perto um sitio onde comprar cerveja. Isto na Serra do Pilar, onde decorrem os concertos principais. Lá em baixo, as opções são bem mais variadas, ou não estivéssemos numa zona de bares, restaurantes e caves de vinho do Porto. E o Porto (o vinho) é quem mais ordena. 

 

 

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