Ana Moura vence Prémio Amália com Desfado

O editor Rui Valentim de Carvalho e os fadistas José Manuel Barreto e André Baptista são outros galardoados com os prémios Amália deste ano, que serão entregues em Outubro no Teatro Municipal de S. Luiz

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A versão ao vivo do disco Desfado, de Ana Moura, gravado no festival de fado de Alfama em Setembro de 2013, venceu o Prémio Amália para o Melhor Disco do Ano.

“O júri decidiu atribuir o prémio a este álbum pelo que ele encerra de qualidade poética, musical e interpretativa” – lê-se no comunicado enviado à Lusa –, mas também para “ brindar a originalidade do tema que lhe dá título e que em nada belisca a tradição, na inovação para a evolução”.

Esta é a segunda vez que a fadista Ana Moura foi distinguida com um Prémio Amália. Em 2008 recebeu o Prémio Melhor Intérprete.

Ao editor discográfico Rui Valentim de Carvalho, que morreu aos 82 anos, em Novembro passado, foi atribuído o Prémio Tributo.

Ainda na área discográfica, o júri distingue o técnico de som Hugo Ribeiro, de 88 anos, com o Prémio Especial do Júri. Amália Rodrigues em várias entrevistas afirmou que “ninguém gravava melhor” a sua voz do que Hugo Ribeiro.

A Associação das Colectividades do Concelho de Lisboa foi distinguida com o Prémio Divulgação, e o Prémio Internacional é atribuído ao Ministério dos Negócios Estrangeiros de França.

Os fadistas José Manuel Barreto e André Baptista, o investigador Jorge Trigo e ainda o poeta Manuel Alegre também fazem parte do lote de distinguidos.

Jorge Trigo irá receber o Prémio Edição Literária, uma novidade da edição deste ano,pela obra Ercília Costa: Sereia Peregrina do Fado, na qual traça o perfil da fadista que, na década de 1930, conquistou plateias nos Estados Unidos, Espanha, França e Brasil.

O Prémio Intérprete coube a José Manuel Barreto, de 70 anos, que começou a actuar como fadista profissional nos finais da década de 1980, ao lado de Nuno da Câmara Pereira e de Teresa Tarouca, na casa de fados Nove e Tal, em Lisboa.

O Prémio Revelação foi atribuído ao fadista André Baptista, que se estreou discograficamente com o álbum Um Fado Nasce e que editou no ano passado o CD Gentes de Fado.

O poeta Manuel Alegre, de 78 anos, de quem, entre outros poemas, Amália cantou Meu amor é marinheiro e Trova do vento que passa, foi distinguido com o Prémio Autor.

Frei Hermano da Câmara, de 80 anos, é distinguido com o Prémio Carreira. O Prémio Saudade/Lembrar para Honrar foi este ano atribuído a Alfredo Marceneiro, falecido em 1981, autor de fados que continuam a fazer parte do reportório de todos os fadistas.

O fadista, guitarrista, construtor de guitarras, poeta e compositor Carlos Macedo, de 67 anos, foi distinguido com o Prémio Compositor, e a guitarrista Marta Pereira da Costa foi distinguida com o Prémio Instrumentista.

Os Prémios Amália, criados em 2005, são uma iniciativa da Fundação instituída por vontade testamentária da fadista, falecida em 1999.

Este ano, o músico Tozé Brito presidiu ao júri, que foi ainda constituído pela produtora musical Conceição Carvalho, a maestrina Joana Carneiro, que em 2010 recebeu o Prémio Amália de Música Erudita, a produtora de rádio e televisão Cristina Condinho e o realizador de rádio Joaquim Maralhas.

Os prémios serão entregues no Teatro Municipal de S. Luiz, em Lisboa, numa gala a realizar no dia 6 de Outubro, precisamente quando se completam 15 anos sobre a morte de Amália Rodrigues.

 

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