Ida, entre o espírito e a carne

Uma das pequenas boas surpresas que por vezes aparecem pelo meio de lançamentos só para tapar buracos

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Uma das pequenas boas surpresas que por vezes aparecem pelo meio de mapas de estreia interminavelmente carregados de lançamentos só para tapar buracos, Ida é uma miniatura modesta e inteligentíssima, sobre o “despertar” para a vida (por muito “banal” que a descrição seja) de uma jovem noviça na Polónia comunista de 1962.

O encontro de Ida com a sua única parente viva abre uma “caixinha de Pandora” dobrada de olhar lúcido sobre um país em transformação, entre os sonhos de futuro de um músico encontrado por acaso e o passado transtornado que a tia transporta desde a II Guerra Mundial.

Ida está no meio, entre o espiritual e o carnal, entre a religião e a política, e Ida é a história das suas escolhas e dos seus porquês, encenada ao mesmo tempo com uma austeridade cinéfila à prova de bala e uma atenção às personagens herdada da “tradição britânica” em que Pawel Pawlikowski se formou.

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