Cidadãos apelam à construção de uma ligação ciclo-pedonal na Ponte da Arrábida

Utilizadores queixam-se que a via não reúne as condições apropriadas para a circulação pedestre e por bicicleta.

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Os utilizadores consideram que são vários os obstáculos e os carros são os grandes privilegiados

No próximo domingo de manhã, a Ponte da Arrábida, recebe um evento ciclo-pedonal para denunciar as condições desfavoráveis da travessia da ponte para ciclistas e peões. O evento pretende sensibilizar as autarquias para a requalificação dos acessos.

A ideia surgiu de quem faz da bicicleta o seu meio de transporte. Marisa Alves desloca-se, para todo o lado, sobre duas rodas e os obstáculos são constantes: “Quem faz a travessia da ponte depara-se com acessos muito maus”. E os problemas são nas duas margens: “Do lado do Porto, existe um degrau que dificulta o acesso e em Gaia a ligação é a uma ribanceira e a entrada é para uma via com trânsito, com entrada para auto-estrada, o que pode ser uma situação de risco”.

Marisa considera que “são os carros que têm todos os privilégios” e que, “com a criação da auto-estrada, a ciclovia foi esquecida”. Os utilizadores de transportes de mobilidade suave encontram “muitos obstáculos” e vêem-se impedidos de realizar uma circulação normal.

Aquilo que se tornou um incómodo pessoal diário revelou-se um problema partilhado. A foto do acesso à ponte foi partilhada num grupo do facebook dedicado aos ciclistas urbanos e gerou múltiplas reacções. As várias intervenções levaram à decisão de organizar um passeio de sensibilização a iniciar-se às 10h30 de domingo, na Casa da Música, e que passa pela ponte. Serão tiradas fotos e haverá uma comunicação àcerca dos problemas dos acessos à ponte.

As autarquias foram convidadas e Marisa espera que o evento consiga levar à requalificação até porque “a resolução é fácil, as autoridades camarárias é que ainda não fizeram nada”. O objectivo é encontrar soluções para as dificuldades de acesso, algo que, para a organizadora, “até vai de encontro às intenções políticas das autarquias, nomeadamente a do Porto”.

E são várias as sugestões que vão surgindo no grupo dedicado ao evento. “Apostar, não só nas marginais, mas na cidade para que os acessos e vias de mobilidade suave sejam aprazíveis”, avança Marisa. Do lado do Porto, é sugerida a construção de um acesso mais facilmente transponível. Em Gaia, onde a situação é mais desconfortável, fala-se numa escadaria para os peões e uma calha de acesso para a parte inferior. A modificação do piso da ponte e uma ciclovia mais alargada, transformando a via em circulação mista, são também sugeridas.

Texto editado por Ana Fernandes

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