Juiz de instrução criminal não autorizou buscas domiciliárias a suspeitos do caso Maddie

Depois de interrogar quatro homens constituídos arguidos a pedido das autoridades britânicas, Judiciária está agora a ouvir testemunhas.

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No início de Junho a Scotland Yard utilizou meios sofisticados na procura de um eventual cadáver na zona da praia da Luz Filipe Farinha/Stills

O juiz de instrução criminal que tem em mãos a reabertura do caso de Madeleine McCann, a menina inglesa que desapareceu na praia da Luz em Maio de 2007, não autorizou buscas domiciliárias às casas dos quatro homens que foram interrogados nesta terça-feira pela Polícia Judiciária a pedido das autoridades britânicas.

Os quatro homens, entre os quais está Sergey Malinka, um russo que se naturalizou português, foram ouvidos na qualidade de arguidos, também por solicitação da polícia britânica. A Scotland Yard queria, porém, que também fossem levadas a cabo buscas nas respectivas casas – algo que o juiz de instrução criminal recusou, por entender que não existia fundamento para semelhante diligência.

Depois deste interrogatório, foi a vez de, nesta quarta-feira, terem começado a ser ouvidas mais 11 pessoas, eventuais testemunhas dos factos ocorridos há sete anos. Pelo menos parte delas são familiares ou próximas dos suspeitos.

As testemunhas que a policia britânica pediu às autoridades portuguesas para questionar já tinham, na sua maioria, sido ouvidas pela PJ. No entanto, o processo que colocava os pais da criança na situação de arguidos, -  e que veio a ser mandado arquivar por falta de provas – reúne um vasto conjunto de informações que deixam campo aberto para outras abordagens e eventuais especulações.

A vinda da Scotland Yard à praia da Luz, para efectuar escavações e colocar cães pisteiros no rasto de eventuais odores de cadáveres, nos mesmo locais onde já tinham andado aquando do desaparecimento, criou a expectativa, sobretudo junto da imprensa estrangeira, de que, finalmente, se iria saber o que aconteceu a Maddie. Os jornalistas britânicos voaram, de novo, até ao Algarve, sugerindo nos seus trabalhos que a descoberta do cadáver poderia estar iminente. Abriram buracos e utilizaram meios técnicos sofisticadas num descampado à beira da praia, mas nada de novo veio a público.

Esta semana, em vez de assentar arraiais em Lagos, o circo mediático deslocou-se para as proximidades da directoria da PJ de Faro, onde estão a decorrer os interrogatórios. As questões são formuladas pelos ingleses, mas quem conduz as entrevistas é a Polícia Judiciária. A cooperação entre as duas polícias neste caso tem sido sempre realçada pelas autoridades portuguesas. De resto, os famosos cães super-polícias que, há sete anos, foram chamados a descobrir as pistas que conduziriam a um desfecho do caso, acabariam por mostrar que tinham bom olfacto. Detectaram odores de cadáver em vários locais, mas nunca se provou que se tratasse da menina desaparecida.

O informático Sergey Malinka, agora constituído arguido, foi uma das várias testemunhas interpeladas pela PJ em 2007, chegando mesmo a existir uma mandado de revista ao apartamento onde morava na praia da Luz.

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