Sequóia abatida do Jardim do Carregal vai deixar “um vazio”

A sequóia-gigante do Jardim do Carregal, no Porto, morreu há vários anos e será substituída por outra da mesma espécie.

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Adriano Miranda

Quem passava esta terça-feira pelo Jardim do Carregal, no Porto, não ficava indiferente ao corte de uma grande árvore. Era uma sequóia de 115 anos, apenas com dois exemplares na cidade. Para os que a conheciam “desde sempre”, o abate da sequóia-gigante deixa “um vazio”.

O alerta começava com o ruído da serra eléctrica. No Jardim do Carregal, ninguém deixava de levantar os olhos para acabar por encontrar uma árvore decapitada. A maioria das pessoas parava para ver uma equipa dos Sapadores Bombeiros do Porto cortar a sequóia-gigante em pedaços de um metro. Entre os que se demoravam, havia quem se sentasse pacientemente a observar o fim da árvore centenária ou quem tirasse fotografias - uma última recordação da velha árvore.

O jardim é local de paragem para os condutores de ambulâncias do Hospital Santo António, ali ao lado. Já passaram muitas horas a olhar para a árvore e é com “muita pena” que a viam ser abatida, sem compreenderem porquê: “É tão linda. Não é perigo para ninguém. No palácio de Cristal há árvores em pior situação e ninguém lhes toca”, afirmam os homens que preferem não ser identificados.

Também um morador da zona, que tinha a árvore como vizinha “desde sempre”, não se dava por conformado e lamentou que tenham feito uma homenagem à árvore centenária na semana passada para depois abatê-la. “É como uma personalidade que faz cem anos e lhe dão um tiro”, advogou.

O abate da sequóia-gigante começou esta terça-feira e deverá terminar sexta-feira. À medida que o tronco é cortado em pedaços, que caem estrondosamente no chão, a árvore que tinha 18 metros vai mingando. E o jardim do Carregal fica mais nú enquanto ali não é plantado outro exemplar da mesma espécie, como prometido pela câmara.

Texto editado por Ana Fernandes

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