Vergonhoso silêncio Internacional

O Direito Internacional existe para manter a lei em ordem por todo o mundo. Existe para impedir qualquer indivíduo ou estado de perseguir e matar civis ou danificar a sua infraestrutura. No entanto, Israel viola o Direito Internacional e os Direitos Humanos contra os palestinianos sob a sua ocupação militar, num desafio total à comunidade internacional.

Isto não acontece apenas nos dias de hoje, sob o pretexto dos colonos israelitas desaparecidos, mas quase a toda a hora desde a criação do estado de Israel. Desde a ocupação forçada de todos os territórios palestinianos, o regime israelita e as suas forças estão, de facto, a sequestrar toda a sociedade palestiniana.

Este facto é confirmado não apenas pelas imagens terríveis que todos nós vemos nas telas de televisão, mas também por políticos israelitas credíveis, como por exemplo, o ex-presidente do Knesset israelita, Avraham Bourg, que recentemente publicou um artigo e salientou que “Toda a sociedade palestiniana é uma sociedade sequestrada. Como muitos dos israelitas que realizaram um ‘serviço significativo’ no exército, muitos dos leitores [desta coluna], ou os seus filhos, entraram em casa de uma família palestiniana no meio da noite, de surpresa, com violência e simplesmente tiraram o pai, irmão ou tio, com determinação e insensibilidade. Isso é sequestro e acontece todos os dias. E que tal os seus detidos administrativos?” (Haaretz, 18 de Junho, 2014).

Outra opinião israelita vem do realizador de cinema Shai Carmeli-Pollak, que disse: “A vida sob a ocupação é a vida sob o terrorismo permanente.” (Relatório de Washington sobre o Médio Oriente, Rachelle Marshall, Agosto 2006). A submissão atual do povo palestiniano sob cerco, prisão ilegal e morte pelas incursões militares israelitas diárias, são todas receitas para o desespero e retaliação. Na verdade, isto é exatamente o que a força israelita ocupante deseja.

Desde o desaparecimento dos três colonos israelitas, numa zona sob controlo total de Israel, as forças militares israelitas atacaram numa base diária quase todas as cidades e vilas palestinianas. Destruíram o interior das casas e procuraram até mesmo dentro de pequenos frascos de especiarias da cozinha esses colonos. Aprisionaram até agora 400 palestinianos (incluindo recém libertados) e mataram a sangue frio seis civis, um deles uma criança e outro um doente mental.

Ironicamente, o chefe da polícia de Israel no norte, afirmou que não exclui a possibilidade de terem sido bandidos e ladrões de carros de Israel a sequestrarem os colonos. Esta declaração oficial prova que o desaparecimento dos colonos israelitas foi utilizado por Israel como pretexto para, principalmente, anular o Governo Palestiniano de União recém-formado. Isto porque, quando Israel retirou as suas forças de Gaza, em 2005, estava a preparar o terreno para um estado palestiniano apenas na Faixa de Gaza, ou seja 2% da Palestina histórica.

A pergunta a fazer é o que Israel tinha feito pela paz nos últimos sete anos, período em que Hamas estava do lado de fora e não tinha nenhuma palavra sobre as negociações israelo-palestinianas? Israel, durante esses anos, fez todo o possível para sabotar o processo de paz com ações no terreno para tornar as negociações uma missão impossível.

Israel, até agora, tem transferido, ilegalmente, 600 mil dos seus cidadãos, colocando-os em 200 colonatos construídos ilegalmente no território palestiniano. Israel aprisionou (sequestrou) mais de 800.000 palestinianos desde 1967. É claro que não há necessidade de mencionar os palestinianos inocentes mortos e mutilados pelas mãos das forças de ocupação israelita durante esse tempo.

Ironicamente, Israel, o poder ocupante, apesar de todas as suas atrocidades, espera que esses palestinianos perseguidos sob a sua ocupação permaneçam calmos, salvaguardando a sua segurança. De facto é isto que a ocupação israelita espera. A violência e as suas subsidiárias são o jogo de um estado que deseja viver pela espada para sempre, como o estado de Israel.

Neste contexto, reiteramos que o dever da comunidade internacional é quebrar o seu vergonhoso silêncio e parar, de uma vez por todas, esta loucura de Israel, que é equivalente a crimes de guerra. Nós sabemos que a Organização das Nações Unidas e as suas agências são confiadas para manter o Direito Internacional intacto e bem observado por todos os seus estados membros. A menos que a ONU tome medidas imediatas contra todos estes crimes de guerra de Israel e medidas para terminar a ocupação militar ilegal israelita do Estado da Palestina, a lei da selva vai prevalecer na Terra Santa e no resto da região. Porque o resultado natural do terror atual realizado pelo estado de Israel deve ser contrabalançado por atos de terror individuas ou de fações.

Embaixador da Palestina

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