Bruno Pernadas: a música improvisada em tempo real

“How Can We Be Joyful In A World Full Of Knowledge” é um álbum que é jazz, pop, folk, afro-beat, rock psicadélico… um pouco de tudo e tucanos ao telefone. Pernadas actua no NOS Primavera Sound no dia 4 de Junho

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Vera Marmelo

Guitarras, mulheres com cabeça de tartaruga e póneis em Júpiter. Não é uma paisagem surrealista de Dali, é o disco a solo de Bruno Pernadas. Um disco feito de “improvisação em tempo real”, que “apesar de não ser uma técnica que funciona sempre”, faz com que tudo aconteça de forma natural, “quase como uma frase”.

Bruno não é novato nas andanças da música. Depois de estudar formação musical na Escola do Hot-Club de Portugal e na Escola Superior de Música de Lisboa, envolveu-se em vários projectos. Actualmente, é autor, arranjador e guitarrista em “Julie & the Carjackers”, “When We Left Paris” e “Suzie´s Velvet”, e guitarrista no Real Combo Lisbonense. Para o músico, isto “não é complicado de gerir. Ao contrário do que as pessoas pensam, as bandas não ensaiam”. 

How Can We Be Joyful In A World Full Of Knowledge”, o seu primeiro disco, lançado a 31 de Março do ano passado, não foi o primeiro trabalho a solo. Em entrevista ao P3, Bruno confessa: “Gravei um disco em 2008 mas, por várias razões, decidi não editar”. Quatro anos depois, a história é diferente. As nove músicas do álbum foram escolhidas de um rol extenso de temas que o músico foi compondo durante os últimos anos. 

Foi de uma grande exposição à música de todos os géneros e feitios que nasceu a sonoridade particular de Bruno Pernadas e o seu gosto por instrumentais: “É um estilo diferente, sim, mas positivo”, admite. “Eu não sei o que as pessoas andam a fazer. Nós só conhecemos as coisas que são promovidas, nunca sabemos se o vizinho do lado está a fazer alguma coisa incrível”.

“Parece futebolístico dizer isto, mas é verdade”, ironiza Bruno, ao contar que o lançamento de “How Can We Be Joyful In A World Full Of Knowledge” foi a “materialização de dois anos de trabalho”. Entretanto, o músico espera finalizar brevemente um segundo disco, com um carácter menos pop que este, “mais instrumental e mais acústico”.

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