Universidade do Porto cria rede de investigação em tecnologias e serviços de saúde

Nova unidade de investigação resulta de um protocolo entre a Faculdade de Medicina do Porto, o ICBAS, o Instituto Politécnico do Porto e as universidades de Aveiro e do Algarve.

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Mais de cem doutorados formam equipas de investigação multidisciplinares na área da tecnologia aplicada aos serviços de saúde Miguel Manso

A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) apresentou, esta segunda-feira, o Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS), que vai assentar numa rede com cinco pólos de investigação distribuídos pelo país e vai procurar uma abordagem multidisciplinar e financeiramente viável aos problemas dos serviços de saúde.

"A nova unidade de investigação surge como fusão de três unidades já existentes e tenta responder ao desafio lançado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) para a criação e reestruturação do sistema científico nacional e também ao problema da falta de recursos no nosso país”, explica o coordenador e mentor do projecto, Altamiro Pereira.

O CINTESIS não necessita de um edifício próprio, pois consistirá numa rede que une estruturas já existentes, principalmente em instituições de ensino superior em Portugal. Para Altamiro Pereira este modelo, que considera “inovador”, permite “aproveitar as existências materiais e, do ponto de vista dos recursos humanos de cada uma das universidades”, o que “não implica tantos gastos, muitas vezes redundantes, e a razão custo-benefício sai reforçada”.

A rede de investigação em tecnologias e serviços de saúde, cujo centro de coordenação será na FMUP, resulta do protocolo assinado, na cerimónia de segunda-feira, com o Instituto da Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), as universidades de Aveiro e do Algarve e o Instituto Superior de Engenharia e a Escola Superior de Enfermagem do Porto.

No total, 16 grupos de investigação multidisciplinar, com mais de 100 investigadores e 150 estudantes de doutoramento, vão trabalhar quatro linhas temáticas, cada qual com o seu coordenador: Investigação Clínica e Serviços de Saúde, Neurociências e Envelhecimento Activo, Diagnóstico, Doença e Terapêutica e Dados e Métodos. De acordo com Altamiro Pereira, cerca de 70% dos investigadores já estão a trabalhar em conjunto e, até ao final do ano, deverão juntar-se-lhes novos grupos. Algumas unidades encontram-se ainda em fase de avaliação.

“O CINTESIS não quer ser uma unidade que vive à custa dos financiamentos do Estado”, afirma Altamiro Pereira, que explica que o centro será financiado pela FCT e pelos projectos de investigação que venham a ser aprovados. Contudo, frisa, “onde vamos realmente procurar maior fatia do nosso financiamento é junto da comunidade europeia e junto das empresas e de uma série de projectos financiados por um grande número de identidades”.

Para o coordenador, o novo programa apresenta uma diferença assinalável também a este nível: “Até agora os nossos investigadores eram médicos que estavam a exercer as suas funções e que trabalhavam nos nossos programas em part-time, mas com este programa [devido ao financiamento] é possível fazê-lo a tempo inteiro”.

O novo protocolo e o CINTESIS deverão entrar em funcionamento em Janeiro de 2015. 

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