Há fado no Cais

Gisela João, Mariza, Cristina Branco e Camané serão as estrelas maiores do Cais de Fado, a decorrer em Gaia entre 24 e 26 de Julho

Começa a partir das 18h, no dia 24 de Julho, em três palcos que vão ser instalados em locais inusitados na Ribeira de Gaia, à cota baixa, pertinho do rio, e por onde passarão nomes promissores do Fado, como António Laranjeira, Claudia Madur, Rita Ruivo ou Diogo Aranha. Os restaurantes foram convidados a criar menus específico e as caves de vinho do Porto aceitaram abrir as suas portas para acolher a programação desenhada pela Casa da Música. 

Depois, mais perto das 21h, a multidão (Paulo Sarmento e Cunha, director geral da Casa da Música, não faz por menos, é uma multidão que se espera no Cais do Fado) é convidada a subir em peregrinação até à cota alta, ao morro da Serra do Pilar, não apenas para apreciar o casario que se estende até à foz, como cantou Rui Veloso, mas para assistir aos concertos que, em três dias consecutivos, trarão ao mosteiro da Serra do Pilar nomes consagrados do fado português.

Esta é, idealmente, a forma como vai decorrer o "Cais do Fado", a iniciativa que vai animar os espaços públicos ribeirinhos três dias consecutivos é o primeiro e mais importante esforço feito pela Fundação Casa da Música para internacionalizar, de uma forma descentralizada, a música e tradição portuguesa. No palco instalado junto ao Mosteiro da Serra do Pilar, na esplanada do Quartel do Regimento de Artilharia nº 5 do Exército Português estará Gisela João, dia 24 de Julho, Mariza dia 25, e Cristina Branco e Camané, acompanhados pela Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, no dia 26. “Será um espectáculo de fado sinfónico, uma vez que a Casa da Música não podia deixar de mostrar o seu cunho”, afirmou o director artístico da instituição portuense.

A ideia foi aproveitar o pico do verão e a afluência de visitantes à zona histórica de gaia, um centro de atracção turística consolidado. O fado e o vinho do Porto são dois grandes embaixadores da região e do país, e a iniciativa de os juntar, num local de vista privilegiada para o Porto Património da Humanidade (o Mosteiro da Serra do Pilar também está incluído no perímetro de classificação da Unesco) acabou por se impôr. E a Casa da Música, que dinamizou o evento e assegurou o financiamento, tem uma oportunidade de chegar a um público mais alargado, e dar-se a conhecer àqueles que a ainda não a frequentam.

O festival tem acesso gratuito e entrada livre, limitada à lotação dos espaços. O acesso ao local será facilitado através das várias empresas de transportes como a STCP, a CP o Metro do Porto ou o grupo Espírito Santo. O financiamento conseguido junto das instâncias comunitárias (nomeadamente através do apoio do Programa Operacional do Norte - O.N.2) ajudou a que a festa seja grande, e gratuita. Mas, pelos vistos, todos querem que se repita, logro se verá em que moldes. E pelo todos entendam-se os director geral e artístico da Casa da Música, Paulo Sarmento e Cunha e António Jorge Pacheco, respectivamente, bem como presidente e o vereador da Cultura da Câmara Municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues e Delfim Sousa. Esta manhã estiveram todos juntos numa conferencia de imprensa, a desafiar a população a participar neste que é o primeiro e o maior festival urbano dedicado ao fado. Todos eles esperam que corra bem, e que as iniciativas descentralizadas da Casa da Música se repitam por muitos e longos anos.

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