El Greco, a surpresa que vai continuar a encher a cidade de gente, já levou 250 mil a Toledo

Este fim-de-semana encerrou, com 250 mil visitantes, a mostra El griego de Toledo. Programação sobre os 400 anos da morte do pintor inclui ainda uma segunda exposição em Toledo, em Setembro, e outra no Museu do Prado, em Junho.

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A exposição no Museu de Santa Cruz em Toledo JAVIER SORIANO/AFP
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A exposição no Museu de Santa Cruz em Toledo JAVIER SORIANO/AFP

Ainda faltava uma semana para o encerramento da exposição e já as entradas estavam esgotadas: ao todo foram 250 mil pessoas que visitaram, durante três meses, El griego de Toledo, a primeira mostra dedicada ao artista grego na cidade onde desenvolveu uma importante parte do seu trabalho, de 1577 a 1614, data da sua morte, no Museu de Santa Cruz em Toledo.

El griego de Toledo reuniu mais de 100 obras de toda a carreira do pintor vindas de 29 cidades de todo o mundo. A mostra esteve até sábado no Museu de Santa Cruz, sediado no edifício de um hospital do século XVI, e noutros espaços da cidade ligados à obra do pintor renascentista. No seu conjunto, as peças ali reunidas valem cerca de dois mil milhões de euros, escreve o jornal espanhol El País.

Passando-se 400 anos sobre a morte de El Greco, esta não foi a última oportunidade de todos os que ficaram à porta do Museu de Santa Cruz para ver as obras do pintor renascentista. Em Toledo há sempre os locais onde estão expostas de forma permanente as obras do pintor, escultor e arquitecto: Igreja de São Tomé, onde está O Enterro do Conde de Orgaz, ou o Hospital de Tavera, o Convento de São Domingo o Antigo, a Capela de São José, além do o Museu del Greco, dedicado à obra do artista.

Para Gregorio Marañón y Bertrán de Lis, presidente da Fundação El Greco 2014, que organiza a programação do quarto centenário do artista, este é um momento que marca a "aproximação do público à obra do pintor", diz ao El País - é uma pequena revolução nas ruas de Toledo, que vai receber até ao fim do ano um milhão de visitantes, prevê-se. No entanto, o responsável diz que este êxito se deve também à surpresa: as instituições "nunca chegaram a convencer-se de que El Greco 2014 podia ser o fenómeno social e cultural que está a ser”, diz sobre o projecto que foi financiado em 85% por entidades privadas.

Gregorio Marañón conta que as estratégias de comunicação do Quarto Centenário de El Greco não se ficaram pelas formas tradicionais de publicidade e pelas redes socias. Para atingir este número de visitantes que está a encher Toledo, houve iniciativas como aquela que colocou o retrato de Don Diego de Covarrubias y Leiva no capacete dos pilotos Romain Grosjean e Pastor Maldonado durante o Grande Prémio de Espanha de Fórmula 1, a 11 de Maio.

Também no Museu Santa Cruz, que até agora acolheu El griego de Toledo, estará de 9 de Setembro a 9 de Dezembro El Greco: Arte y Oficio, uma exposição de 94 peças comissariada por Leticia Ruiz, conservadora do Museu do Prado. Esta exposição vai centrar-se no método de trabalho de El Greco e dos seus discípulos.

Antes disso, no Museu do Prado, em Madrid, e de 24 de Junho a 5 de Outubro, inaugura-se El Greco y la Pintura Moderna, que quer mostrar a influência que o pintor renascentista teve na obra de alguns dos mais famosos artistas dos séculos XIX e XX, como Manet, Cézanne ou Picasso. Vinte e cinco obras de El Greco serão expostas lado a lado com 70 peças de autores como Jackson Pollock, Antonio Saura ou Francis Bacon.

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