No Porto nasceu um portal só para estudantes estrangeiros

Negócio online criado por três sócios quer ser o ponto de encontro dos estudantes que anualmente chegam à cidade e responder às suas necessidades de alojamento.

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Eva Carasol

Os estudantes estrangeiros que, anualmente, escolhem a cidade do Porto para participar em programas de intercâmbio têm, a partir de agora, um portal digital que lhes é inteiramente dedicado e que pretende facilitar a vida de quem vai viver, durante alguns meses, num país desconhecido. O Stay in Porto está online desde quinta-feira e quer ser o local a que os estudantes do programa Erasmus+ recorrem ainda antes de chegarem à cidade.

“O projecto surgiu depois de termos identificado uma falha no mercado. Apesar de só a Universidade do Porto receber cerca de 3200 estudantes estrangeiros por ano não existia um portal que se dedicasse exclusivamente à recepção e divulgação de informação para Erasmus”, diz Tiago Barbosa Ribeiro, gestor e ex-deputado socialista que, com dois outros sócios, criou o Stay in Porto (stayinporto.pt).

O portal, ainda em fase de arranque, oferece quatro tipos de serviço: uma rede social, uma lista de oferta educativa no Porto, Vila Nova de Gaia, Maia, Matosinhos e Felgueiras, uma área de oferta de casas/quartos para alugar e um mini guia da cidade. Este último componente, admite Tiago Barbosa Ribeiro, é o que se encontra numa fase mais inicial. “A parte do guia da cidade é a que está mais incipiente, mas nos próximos dias estará muito mais completa. A informação será colocada semanalmente e esperamos também receber sugestões”, diz.

Ainda assim, Tiago Barbosa Ribeiro salienta que esta não é a área com que o portal espera cativar mais utilizadores. “Acreditamos que a rede social vai despertar muito interesse, porque permite que qualquer pessoa possa começar a partilhar informações ainda antes de vir para a cidade. Basta inscrever-se e poderá encontrar lá pessoas que já estão ou estiveram no Porto”, diz o gestor que, com o economista José Pinto Pais e o jurista Ricardo Santos, criou o Stay in Porto. “Essa necessidade de partilha existe no Facebook, onde vão sendo criados uns grupos informais, mas não há nada que os ligue e os integre da forma que o portal faz”, argumenta.

O outro ponto forte da plataforma, diz o gestor, é a possibilidade de os estudantes que escolhem o Porto para frequentar um ou mais semestres encontrarem ali casas para alugar. “Alguns de nós, na empresa, têm a experiência do programa Erasmus, vivenciando por dentro as dificuldades e desafios desse período, o que nos ajudou a definir o modelo de negócio, as parcerias e as oportunidades. Temos também muitos contactos do mercado Erasmus no Porto, fomos falando com diferentes países e trabalhamos nas redes sociais, como se fossemos um ‘cliente mistério’, o que nos permitiu recolher informação. Muitas das críticas que recolhemos foi sobre o alojamento. Os estudantes não sabem a quem se dirigir, a não ser a ESN [Erasmus Student Network], e não têm nenhuma garantia do serviço”, diz Barbosa Ribeiro.

E é aqui que entronca o outro projecto que os três sócios do Stay in Porto e dois outros amigos com experiência na área da reabilitação/arrendamento – Nuno Baptista e João Costa – estão a desenvolver: o E-House. “A E-House é uma empresa imobiliária de arrendamento, mas que também se dedica à reabilitação, e que se destina, sobretudo, ao mercado Erasmus. As casas vão ser disponibilizadas para um tipo de mercado específico, estudantes estrangeiros no período escolar e turistas no Verão”, explica. “Uma delas foi colocada no mercado esta semana e temos o mês todo praticamente ocupado, por isso as perspectivas são boas”, acrescenta.

Na passada sexta-feira, um dia depois de o projecto ter sido colocado online, as duas únicas casas disponíveis no portal eram, precisamente, da E-House, mas Tiago Barbosa Ribeiro garante que não será assim no futuro, e que a oferta deverá alargar-se já nas próximas semanas. “Queremos disponibilizar online uma bolsa de casas, das mais diferentes proveniências, mas que serão, em todos os casos, verificadas por nós. Só temos uma pessoa a fazer prospecção, mas perspectiva-se um crescimento grande a curto prazo”, garante.

 Ainda a instalar-se no mercado, a Stay in Porto quer estar a funcionar em pleno quando a próxima vaga de estudantes estrangeiros chegar ao Porto – e não só provenientes do programa Erasmus+, como explica Tiago Barbosa Ribeiro, mas também pessoas de fora da Europa, nomeadamente do Brasil – e está já a preparar um conjunto de parcerias com o objectivo de cimentar a sua presença junto do ensino superior. “Nos próximos dias teremos fechadas algumas parcerias institucionais na cidade, com a ESN, a universidade, o instituto politécnico e associações académicas. Os protocolos estão agora a ser formalizados. Também estamos a estabelecer contactos com a Câmara do Porto, a [empresa municipal] Porto Lazer e o Turismo do Porto e Norte [de Portugal]”, diz.

Para já, o portal está disponível apenas em inglês, mas a partir da próxima semana já deverá existir uma versão em português. A “rede social” também é só de faz-de-conta, com uma “amostra” criada pelos responsáveis da empresa. Se os estudantes aderirem ao Stay in Porto, o cenário já deverá ser muito diferente lá para Setembro ou Outubro.

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