Bank of America arrisca penalizações de 12 mil milhões de dólares

Actuação durante a crise do subprime sob a mira do Departamento de Justiça.

Foto
Banco já constituiu provisões para enfrentar custos legais

O Bank of America está em vias de aceitar um acordo que visa suspender os processos judiciais que lhe foram abertos pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos e pela autoridades judiciais de vários estados. A instituição financeira deverá pagar cerca de 12 mil milhões de dólares (o equivalente a cerca de 9 mil milhões de euros) para pôr termo à litigação.

A notícia, avançada esta sexta-feira pelo The Wall Street Journal não teve ainda confirmação oficial de nenhuma das partes. A agência Reuters pediu comentários ao banco e ao Departamento de Justiça, mas nenhum deles obteve resposta.

A penalização que o banco estará disposto a aceitar tem ainda a ver com a forma como o banco actuou no auge da crise do subprime e a gestão que fez das hipotecas consideradas de elevado risco, que acabaram por ter consequências devastadoras para muitos milhões de clientes, quando o preço das casas começou a cair e o sistema financeiro esteve à beira do colapso.

Por isso, avança o jornal nova-iorquino, uma parte substancial da verba compensatória (cerca de 5000 milhões de dólares) será destinada a indemnizar os proprietários afectados pela crise do subprime e que, em muitos casos, viram as suas vidas arruinadas.

No primeiro trimestre deste ano, o banco assumiu uma verba de 6000 milhões de dólares para fazer face aos custos legais decorrentes destas acções em curso, fazendo com que o resultado líquido da actividade fosse negativo (276 milhões de dólares, contra lucros de 1100 milhões de dólares no mesmo período do ano anterior).

Os problemas com a Justiça norte-americana não são exclusivos do Bank of América. No ano passado, o maior banco dos Estados Unidos em activos, o JP Morgan, aceitou um acordo semelhante no valor de 13 mil milhões de dólares e sobre o francês BNP Paribas impendem acusações que podem levar a uma condenação na ordem dos 10 mil milhões de dólares. Neste caso, as acusações são de lavagem de dinheiro e de violação da política de sanções, nomeadamente, ao Irão.

O processo contra o BNP já passou para a esfera política, com o presidente francês, François Hollande, a defender que se trata de verbas desproporcionadas e o presidente norte-americano, Barack Obama, a responder que o assunto ultrapassa o seu âmbito de competências.

 

 

 

 

 

Sugerir correcção
Comentar