Amália está na Casa da Música com o piano de Júlio Resende

Quase que ouvimos Amália a cantar. E isso é uma das coisas boas que podem ser ditas quando escutamos Júlio Resende ao piano, a dedilhar as músicas do álbum que lançou em 2013

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Não fosse ela a voz maior, o centro de tudo, e não existiriam tantas homenagens e reverências e dedicatórias. Mas Amália é mesmo a voz maior e o centro de tudo, pelo que todas as homenagens são poucas e as que mais marcam são as impossíveis de esquecer. Assim é a evocação que o pianista Júlio Resende faz no disco a que deu o nome maior de todos. Esta é uma homenagem das que marcam.

Quando lançou o disco Amália, em 2013, a crítica foi unânime em reconhecer a Júlio Resende a qualidade técnica e a inspiração que emprestou a este que foi o seu primeiro álbum a solo na área do fado. Os trabalhos anteriores andaram sempre na área do jazz — Júlio Resende é professor de Piano-Jazz na Universidade de Aveiro no âmbito do Mestrado em Música-Jazz. 

Temas como “Fado Português”, “Foi Deus”, “Estranha Forma de Vida”, “Gaivota”, “Tudo Isto é fado” ou “Vou dar de beber à Dor - A Casa da Mariquinhas” são revisitados pelo pianista, numa evocação à fadista de uma tal intensidade que a torna presente - isto, apesar das margens de improvisação que Júlio Resende traz do jazz. Ou, como dele escreveu Gonçalo M. Tavares, Júlio Resende consegue neste espectáculo “avançar, e muito, sem tirar os pés do importante”. E o importante é Amália, a voz que está no centro de tudo.

No disco, editado pela Valentim de Carvalho, a voz da Amália chega a ouvir-se, em “Medo”. Vai ser possível ouvi-los, a Amália e a Resende, esta quinta feira, dia 5 de Junho, na sala 2 da Casa da Música.

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