Há mais 92 mortes pelo vírus da MERS na Arábia Saudita após revisão de números

Uma análise extensiva dos dados dos hospitais da Arábia Saudita sobre o vírus da Síndrome Respiratória do Médio Oriente mostra que houve 688 casos e 282 mortes.

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Um homem que se protege do vírus em Jidá, uma cidade da Arábia Saudita Mohamed Alhwaity/Reuters (arquivo)

Depois da análise dos dados dos hospitais da Arábia Saudita, este país anunciou na terça-feira uma revisão do número de doentes e de mortes causados pelo vírus da Síndrome Respiratória do Médio Oriente (MERS, na sigla em inglês), que apareceu em 2012. Em vez de 575 casos e 190 mortes, os novos dados para a Arábia Saudita mostram que afinal houve 688 casos e 282 mortes, mais 92 do que anteriormente anunciado.

A doença não tem nenhum tratamento antiviral específico nem nenhuma vacina. Quem contrai este coronavírus pode ter febre, tosse ou falta de ar. O vírus ataca o tracto respiratório e pode provocar pneumonia. Nos casos mais graves, a infecção origina a falência de órgãos e a morte.

Os novos dados agora anunciados pela Arábia Saudita, e noticiados pela agência Reuters, indicam que a mortalidade da doença se situa nos 41% e não nos 33%. No entanto, o Ministério da Saúde da Arábia Saudita diz que o número de novos casos nas últimas semanas tem diminuído.

“Apesar da revisão que foi feita ter resultado num número total mais alto de casos, que antes não estavam reportados, continuamos a ver um declínio do número de novos casos nas últimas semanas”, disse num comunicado Tariq Madani, que está à frente do conselho consultivo do Ministério da Saúde da Arábia Saudita, citado pela Reuters.

Além da Arábia Saudita, o país mais afectado, os Emirados Árabes Unidos, o Qatar, Omã, a Jordânia, o Kuwait, o Iémen e o Líbano são países com casos endémicos. Mas também há casos de pessoas que estiveram na região e contraíram o vírus, levando-o depois para o Reino Unido, França, Tunísia, Itália, Malásia, Turquia, Grécia, Egipto e a Holanda. Em Maio, o vírus chegou aos EUA.

Um comité da Organização Mundial da Saúde (OMS) reuniu-se em Maio pela quinta vez para avaliar a progressão da doença. Apesar de todos os riscos, a OMS não declarou a doença como uma emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII).

“O importante é que ainda se está a falar de um número relativamente pequeno em comparação com a população e com o número de casos que podem existir”, disse Glenn Thomas, porta-voz da OMS, em reacção à revisão do número da doença na Arábia Saudita.

De acordo com os estudos mais recentes, pensa-se que os dromedários são o reservatório natural do vírus, uma vez que já se encontrou o vírus nestes animais. Mas ainda não se identificou onde acontece a transmissão directa dos dromedários para os humanos. Nos últimos tempos, as transmissões entre humanos acontecem em 75% dos casos. Este tipo de transmissão necessita de grande proximidade e afecta, sobretudo, trabalhadores dos hospitais que estão em contacto próximo com os doentes. O vírus ainda não se adaptou aos humanos, de acordo com os estudos genéticos.

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