Norte-americanos ultrapassam chineses no capital da EDP

Accionistas de origem norte-americana ultrapassaram a posição da China, reunindo 36,26%, segundo a Bloomberg.

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Assembleia geral realiza-se a 20 de Fevereiro Filipe Arruda

As participações de origem norte-americana na EDP ultrapassaram a posição da China, reunindo 36,26% do capital da eléctrica portuguesa, de acordo com informação da agência financeira Bloomberg.

No início de 2013 os capitais norte-americanos ultrapassavam por pouco os 10% na eléctrica, mas em Agosto do mesmo ano essa percentagem já rondava os 25%. A partir de Março deste ano regista-se um novo reforço dos investidores dos EUA e a 1 de Junho, os accionistas norte-americanos - com destaque para o Capital Group, JP Morgan e BlackRock - já concentravam mais de um terço (36,26%) do capital da EDP, ultrapassando a participação chinesa, que na mesma data acumulava 25,24%.

O total de accionistas oriundos do Luxemburgo tinha uma posição de 7,08%, seguidos de Portugal (6,51%), Noruega (2,84%), Argélia (2,81%), Qatar (2,68%), Reino Unido (2,47%), Espanha (1,93%) e Alemanha (0,74%).

No último ano, a José de Mello, o BCP e o BES reduziram a presença portuguesa na eléctrica liderada por António Mexia, que desde Dezembro de 2011 tem a empresa estatal chinesa China Three Gorges (CTG) como principal accionista, depois de ter adquirido ao Estado português 21,35% da EDP.

Dentro do capital de origem norte-americano, o Capital Group é o que detém maior posição, com 10,13%, seguido da JP Morgan, com 2,10%, e da BlackRock com 2%, de acordo com a última estrutura accionista da eléctrica, que data de 4 de Abril.

Cerca de 8,52% do capital da EDP é de origem desconhecida, de acordo com informação da agência financeira.

Segundo os dados disponíveis, a aposta de empresas e fundos de origem norte-americanos na EDP registou um grande aumento em Março deste ano, mantendo-se em alta desde então.

Questionado sobre o tema, um dos analistas de um banco de investimento internacional, que pediu para não ser identificado, disse à Lusa que para uma multinacional de serviços básicos (utilities) como a EDP "é normal que exista uma posição significativa de accionistas com sede nos Estados Unidos".

Contudo, "o recente aumento de accionistas norte-americanos na EDP poderá ser visto como consequência de três factores", disse o analista.

O primeiro, é que os investidores norte-americanos "tornaram-se bastante confiantes nas perspectivas económicas do sul da Europa e, especificamente, de Portugal", disse, adiantando que nas reuniões com investidores daquela zona geográfica denota-se "um aumento do apetite" sobre o histórico das acções da EDP e, "em geral, pelas utilities do Sul da Europa, desde finais de 2012.

Em segundo, o suporte financeiro dado pela CTG à EDP e, por último, a quebra do valor das acções (em Novembro de 2012 caíram para 1,9 euros) tornaram a empresa atractiva, nomeadamente para investidores dos Estados Unidos, segundo o analista.

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